Em dezembro de 2024, a Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (DPCev) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mobilizou uma força-tarefa que resultou na prisão de um homem suspeito de planejar um atentado no coração da capital, após a Divisão de Controle de Denúncias (Dicoe) receber três comunicações anônimas a respeito. Este é apenas um exemplo do poder da colaboração entre a comunidade e a segurança pública.
No primeiro trimestre de 2025, a Dicoe registrou mais de 6,7 mil denúncias anônimas através dos cinco canais oferecidos pela PCDF: telefone 197, WhatsApp, site, e-mail da corporação e um ChatBot recentemente implementado. O tráfico de drogas lidera a lista de crimes denunciados, seguido por maus-tratos a animais e violência doméstica. As regiões administrativas de Ceilândia, Samambaia e Planaltina foram as que mais contribuíram com informações nos primeiros meses do ano.
Em entrevista, Josafá Ribeiro, diretor da Dicoe e policial civil, informou que os canais de denúncia estão disponíveis à população 24 horas por dia. “Contamos com um plantão, onde todos os atendentes são policiais civis capacitados em inteligência e prontos para atuar no setor”, destacou.
As denúncias são recebidas em tempo real. Segundo Josafá, apesar da variedade de canais disponíveis, as ligações telefônicas ainda são as preferidas. “As pessoas se sentem mais à vontade para conversar com um policial, o que permite que o agente faça as perguntas necessárias, contribuindo para o sucesso da investigação.”
Os atendentes precisam estar prontos para gerenciar o grande volume de informações. “As denúncias são inicialmente analisadas pelos policiais antes de serem enviadas para a unidade competente, onde são verificadas a relevância e os dados fornecidos”, explicou o diretor. Josafá ressaltou que esse processo de verificação geralmente é rápido, levando apenas alguns minutos. “Embora algumas denúncias venham com muitos detalhes, a maior parte das informações é processada e repassada às delegacias rapidamente.”
O delegado Maurílio Coelho Lima, responsável pela inteligência da PCDF, enfatizou a importância do sigilo nas denúncias. “A identidade do denunciante permanece protegida, não há risco de vazamento, nem mesmo a delegacia encarregada da investigação tem acesso a essa informação.” Josafá complementou que, embora os canais digitais permitam o envio de fotos e vídeos, a segurança do denunciante é prioritária. “Se identificarmos que uma imagem pode revelar a localização do informante, descartamos imediatamente o material. Nosso foco é garantir a proteção de quem colabora.”
Em janeiro de 2024, aproximadamente 200 aparelhos de ar-condicionado da Secretaria de Educação do Distrito Federal foram furtados de um galpão. Uma denúncia anônima levou à prisão do autor, que já era conhecido pela PCDF e estava foragido. Em março deste ano, outra denúncia resultou na recuperação de armas e munições furtadas de um colecionador em um apartamento na Asa Norte, levando à prisão de um dos envolvidos.
Na última terça-feira (8 de abril), uma nova denúncia indicou que um homem transportava 5 kg de drogas, possibilitando a sua prisão em flagrante em questão de horas. “A colaboração da população é fundamental, e a resposta da polícia tem sido proporcional à urgência dos casos”, afirmou Josafá, ressaltando ainda a importância da imprensa em promover a justiça ao noticiar crimes.
Murílio e Josafá reafirmaram que essa parceria tem se fortalecido ao longo do tempo, especialmente com o retorno de denunciantes que, ao verem a justiça sendo aplicada, continuam a colaborar com a PCDF.




