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Policial Militar é acusado de tentativa de assassinato após empurrar homem de ponte em São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo finalizou uma parte das investigações e formalizou a acusação contra o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, sob a imputação de tentativa de assassinato. Ele teria arremessado o jovem Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de uma ponte durante uma abordagem na Cidade Adema, na zona Sul da capital, em dezembro de 2024. O incidente gerou grande repercussão e indignação pública, especialmente após a divulgação de um vídeo nas redes sociais que documentava a ação. Desde o dia 5 de dezembro do ano passado, Luan Felipe está detido no Presídio Militar Romão Gomes.

O inquérito da Polícia Civil está avançando para sua fase conclusiva. “Estamos nos preparando para encaminhar o inquérito ao Judiciário, incluindo a acusação contra o agente, nos próximos dias. Nesta segunda-feira (7), policiais da 2ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) entrevistaram o policial, que continua custodiado no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG). Além dele, outros doze policiais foram afastados de suas funções operacionais. O Inquérito Policial Militar (IPM) já foi finalizado e enviado à Justiça Militar, enquanto um procedimento disciplinar ainda está em andamento”, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) em um comunicado oficial.

Durante o incidente, os policiais estavam equipados com câmeras corporais, o que foi fundamental para esclarecer os pormenores da operação. Além de Luan, outros seis policiais que participaram da mesma abordagem foram também indiciados pela Corregedoria da PM, sob a mesma acusação e por outras infrações disciplinares.

O caso ganhou notoriedade especialmente após a revelação de que a versão inicial apresentada pelos policiais omitia informações essenciais. O relatório interno da PM não mencionava que um dos abordados havia sido lançado da ponte. Segundo os policiais, a operação ocorreu durante uma perseguição a motociclistas que participavam de um baile funk. Ao chegarem ao local, alegaram que o evento foi dispersado pela chegada das viaturas.

A narrativa dos policiais ainda afirmava que um dos suspeitos havia sido ferido por um disparo de arma de fogo. Ao tentarem registrar a ocorrência no 26º DP (Sacomã), os agentes teriam sido informados de que o caso havia sido “dispensado”. Contudo, segundo a SSP, não houve comunicação à Polícia Civil naquele momento.

A situação começou a ser tratada com a seriedade que merecia apenas após a equipe do 3º Batalhão da PM ter acesso a uma gravação feita por celular, que mostrava claramente o momento em que um policial da Rocam empurra o homem da ponte, levando à instauração do inquérito policial.

Simultaneamente, a Polícia Civil também iniciou uma investigação própria, através da Cerco da 2ª Seccional. A apuração revelou ainda que houve um encontro prévio entre os policiais e seus advogados. Como noticiado pelo Metrópoles, os agentes envolvidos relataram a dinâmica dos eventos durante uma breve reunião em frente à Corregedoria da PM, registrada em vídeo, onde quatro policiais e três advogados discutiam a situação, com um dos PMs descrevendo os acontecimentos que levaram à vítima sendo empurrada da ponte.

Marcelo Barbosa Amaral, a vítima de 25 anos, sobreviveu ao ataque, embora tenha ficado gravemente ferido. Testemunhas afirmam que ele conseguiu deixar o local andando. Em seu depoimento à Polícia Civil, Marcelo descreveu os momentos de violência, relatando que o soldado Luan o agrediu com um cassetete na cabeça e deu um ultimato: “Você tem duas opções: ou pula da ponte, ou eu jogo você e sua motocicleta daqui”.

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