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‘O vazio persiste’: Roberto de Carvalho reflete sobre a perda e o legado de Rita Lee

Passados dois anos desde o falecimento de Rita Lee, o documentário “Rita Lee: Mania de Você” chega à MAX, recontando momentos importantes da vida da artista, que partiu aos 75 anos em decorrência de um câncer de pulmão. O filme explora não apenas sua carreira brilhante, mas também aspectos de sua vida pessoal, destacando a presença de seu companheiro, Roberto de Carvalho, de 72 anos.

Em uma conversa com a Splash, o músico compartilhou suas reflexões sobre o luto e como o apoio dos fãs tem sido fundamental para ele enfrentar essa ausência. “O vazio está presente, continua aqui e sempre estará, pelo menos para mim. Embora seja um processo que vai se transformando, ele alterna entre momentos mais intensos e outros mais suaves, levando à percepção de que nada realmente terminou, seguido por momentos em que parece que tudo chegou ao fim”, disse Roberto.

Ele também ressaltou a complexidade do luto, afirmando: “É um processo que traz dicotomias e paradoxos.” Para ele, é crucial viver intensamente tanto a dor quanto a alegria, celebrando a missão cumprida e o alívio que pode vir com o fim da vida.

Roberto observou que os fãs de Rita também vivenciam uma forma de luto. “Acredito que aqueles que tiveram uma conexão profunda com Rita e sua obra enfrentem um processo semelhante.” Ele enfatizou que o luto é uma experiência universal: “Qualquer um que tenha uma ligação com quem partiu passa por isso.”

João Lee, de 46 anos e filho de Rita, também expressou sua luta com a perda da mãe. “Nunca soube como lidar com a perda, especialmente de pessoas tão importantes na minha vida. É algo que não compreendo desde pequeno e creio que nunca saberei lidar plenamente, então sigo improvisando”, compartilhou.

Conhecido por sua natureza reservada, João revelou que a dor o levou a buscar desabafar publicamente, algo que, para sua surpresa, gerou uma rede de apoio. “Após a morte dela, senti uma vontade maior de me abrir e compartilhar. Isso gerou uma onda positiva para mim”, contou ele.

Ao abrir seu coração, João percebeu que muitas pessoas também desejavam ser ouvidas. “Senti que elas queriam compartilhar suas histórias, assim como eu precisava compartilhar a minha.” Para fomentar esse espaço de acolhimento, ele utilizou suas redes sociais, criando um post no Instagram onde as pessoas podem se conectar e contar suas próprias experiências, “não como um muro de lamentações, mas como um lugar de escuta e troca.”

João enfatizou que o carinho que recebe tem sido fundamental para seguir adiante. “Existem desafios, especialmente por ser um tema recorrente, que não me dá descanso. Mas para mim, o luto vem acompanhado de uma avalanche de amor, paciência e carinho, que tem sido essencial e faz toda a diferença.”

O amor que perdura
Roberto, reconhecido como o grande amor de Rita, comentou sobre como seu relacionamento inspira novas gerações. “Sou romântico, e isso me parece adequado. Escorpiano com ascendente em touro”, brincou. Ele vê positivamente a maneira como o público agora o identifica como um símbolo de amor duradouro. “Espero que essa faceta do Roberto seja uma inspiração, pois o que transparece é algo bom: é um amor que transcende a existência e os desafios.”

Ele destacou que essa conexão amorosa não é um privilégio apenas dele e de Rita, mas algo que pertence a ambos. “Era uma dinâmica que se manifestava em diversos aspectos, não apenas nas palavras, mas também nas sensações e criações.”

Roberto enfatizou a importância de encarar as dificuldades sem esconder os conflitos nas relações. “A vida não é composta apenas de momentos bonitos; é um todo. O amor é amplo e abrange tudo.” Ele acredita que a chave está na honestidade: “Todos os aspectos da personalidade eram visíveis e discutidos, para que não ficassem ocultos e esquecidos.”

Por sua parte, João Lee falou sobre a responsabilidade de preservar o legado da mãe. “Para mim, é uma missão de vida. Ela criou um universo tão rico e complexo que precisa ser mantido e ampliado.” Ele garantiu: “Pode contar comigo para garantir que sempre teremos motivos para falar sobre ela.”

Novos projetos em sigilo
Roberto mencionou que há muitos projetos em andamento, mas que permanecem em segredo. “Muitas coisas estão surgindo, como este documentário, que possui cláusulas de confidencialidade. Músicas, musicais, filmes… uma infinidade de novidades que virão à tona à medida que as cláusulas forem cumpridas”, concluiu.

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