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Maternidade e liderança: o equilíbrio entre a vida familiar e o sucesso profissional de mulheres inspiradoras

A combinação de ser mãe e ocupar cargos de destaque no mundo dos negócios está se tornando cada vez mais comum, embora continue a demandar habilidades como adaptação, resiliência e, principalmente, uma rede de apoio. Em uma conversa exclusiva com o portal LeoDias, as empreendedoras Fátima Pissarra, fundadora e CEO da Mynd, uma agência de marketing de influência, e Denize Savi, diretora da Chilli Beans, compartilharam suas experiências sobre como conciliam a maternidade com suas carreiras de sucesso.

Ambas afirmam que a experiência de ser mãe não só transformou suas vidas pessoais, mas também influenciou suas abordagens de liderança. Denize, mãe de Sofia, de 18 anos, e Noah, de 2, observa: “A maternidade me ensinou a ser mais paciente, flexível e empática.” Fátima, que é mãe de Carolina, de 18 anos, e dos gêmeos Luiz e Beatriz, de 11 anos, complementa: “Essa experiência trouxe um novo senso de urgência e clareza sobre o que realmente importa.”

Denize Savi, uma das líderes da Chilli Beans e especialista em Ciência da Felicidade, destaca que a maternidade foi um divisor de águas em sua vida, tanto pessoal quanto profissional. “Ser mãe é uma experiência transformadora, repleta de desafios que vão desde o impacto na carreira até o temor de não cumprir bem o papel materno”, ela revela. Em seus primeiros dias como mãe, Denize sentiu insegurança em relação à sua carreira. “Havia um receio de que dividir minha atenção diminuísse meu desempenho profissional. No entanto, a maternidade desenvolveu em mim habilidades valiosas, como a capacidade de gerenciar várias tarefas com eficiência e de priorizar o que realmente conta”, afirma.

Por sua vez, Fátima reflete sobre como a maternidade moldou sua abordagem de liderança. Mãe de Carolina e dos gêmeos Luiz e Beatriz, ela percebeu uma mudança em seu senso de urgência e empatia. “A maternidade me transformou de várias maneiras. Agora, busco viver intensamente, focando no que realmente é significativo e evitando desperdiçar tempo com o que não agrega valor”, diz Fátima. Ela também observa que essa vivência a tornou mais atenta às histórias e desafios que cada pessoa enfrenta, tanto no ambiente familiar quanto no corporativo.

Em suas conversas com o LeoDias, ambas as empresárias mencionaram momentos de reflexão sobre como equilibrar as exigências de serem mães e profissionais. Denize, por exemplo, decidiu interromper sua carreira de jornalista após o nascimento de Sofia para se dedicar completamente à maternidade. “Tive a sorte de fazer essa escolha e vivi cada momento da maternidade intensamente, mesmo que isso tenha atrasado um pouco minha trajetória profissional, algo do qual não me arrependo”, relata. Ao esperar Noah, Denize optou por equilibrar sua vida profissional e a nova maternidade, afirmando: “Com 43 anos, estava pronta para iniciar uma nova fase na minha carreira.”

Fátima, por outro lado, compartilha que, apesar da pressão para desacelerar após se tornar mãe, nunca considerou abandonar sua carreira. “Infelizmente, a sociedade ainda impõe uma enorme pressão sobre nós, mulheres, para que deixemos nossas profissões em nome da família, como se fosse impossível equilibrar esses papéis. Mesmo enfrentando essa cobrança, nunca pensei em desistir da minha profissão”, declara.

O sentimento de culpa, que muitas mães enfrentam, também é uma realidade para ambas. Fátima revela que um dos maiores desafios foi lidar com a culpa de não conseguir estar em todos os lugares ao mesmo tempo. “O desafio estava em lidar com a culpa, um sentimento silencioso que surge quando precisamos tomar decisões”, confessa. Para ela, entender que não é possível ser perfeita em todos os papéis foi um aprendizado vital. “Levou um tempo para que eu compreendesse que estou fazendo o meu melhor. Ser mãe e profissional não são caminhos opostos; eles se complementam”, afirma.

Denize compartilha uma perspectiva similar, destacando as dificuldades de equilibrar vida pessoal e profissional, especialmente frente aos estereótipos e preconceitos que muitas vezes as mães enfrentam no ambiente de trabalho. “A maternidade traz à tona questões que podem ser intensificadas por preconceitos presentes em alguns contextos, afetando como a mulher é vista e avaliada como líder”, reflete.

Para ambas, contar com uma sólida rede de apoio foi crucial para gerenciar os desafios da maternidade e da carreira. Denize menciona que, com a chegada de sua filha mais velha, teve o apoio incondicional da família, especialmente de sua mãe, que estava sempre por perto. Com Noah, vivendo em São Paulo sem a proximidade familiar, ela optou por contratar ajuda profissional para gerir o dia a dia. “Uma boa babá pode ser a salvação (risos). Com essa rede de apoio, consigo não só manter minha carreira, mas também equilibrar minha vida conjugal”, brinca Denize.

Fátima também enfatiza a importância da rede de apoio, mencionando o suporte de profissionais que a ajudaram desde o nascimento de Carolina e que continuam a acompanhá-la na criação dos gêmeos. “Tenho ao meu lado pessoas incríveis que fazem parte da nossa história desde o início e continuam a cuidar dos meus filhos”, conta Fátima, ressaltando a importância de saber delegar e buscar ajuda.

A experiência de maternidade, para ambas, foi um marco na forma como lideram suas equipes. Denize acredita que, com o tempo, se tornou uma líder mais empática e atenta às necessidades dos outros. “Cuidar de um filho aprimora nossa capacidade de lidar com as pessoas, despertando em nós a sensibilidade necessária para entender as demandas alheias. A empatia é uma habilidade fundamental para liderar”, explica Denize. Ela também destaca que ser mãe a ensinou a enfrentar desafios com mais resiliência. “Nada como ser mãe para entender que tanto a maternidade quanto a liderança são experiências que nos tornam mais fortes”, afirma.

Fátima concorda, compartilhando que a maternidade a tornou uma líder mais humana e flexível. “Ela me transformou, me tornando mais compreensiva e paciente, além de mais adaptável”, diz Fátima. Ela ressalta que a experiência materna a ensinou a lidar com as particularidades de cada indivíduo, tanto em casa quanto no trabalho. “Quando você se torna mãe, percebe que não existe um manual que resolva tudo. Cada criança tem seu próprio tempo, suas necessidades. E isso me fez entender que no ambiente de trabalho não é diferente”, afirma Fátima.

Ambas acreditam que suas experiências de maternidade têm um impacto direto na cultura das empresas que lideram. Denize, à frente da Chilli Beans, compartilha sua opinião sobre como a maternidade pode trazer benefícios para uma organização. “Para que as mães possam alcançar posições de liderança, é necessário que o ambiente corporativo evolua de uma cultura rígida para uma mais flexível, inclusiva e que valorize a diversidade de experiências”, defende, enfatizando a importância de políticas de apoio e um espaço que priorize o bem-estar dos colaboradores.

Fátima, que comanda a Mynd, compartilha a mesma visão, destacando a necessidade de criar ambientes que respeitem e integrem as necessidades das mães. “A maternidade não é um desafio isolado, mas uma vivência coletiva que precisa ser compreendida e respeitada no trabalho”, explica Fátima, defendendo uma cultura organizacional mais humana e flexível.

Para as mulheres que desejam conciliar maternidade e carreira, Denize tem um conselho claro: “É possível e desejável crescer profissionalmente sem abrir mão da maternidade, mesmo que seja desafiador. Aprendi que não existe um equilíbrio perfeito o tempo todo, mas sim escolhas conscientes que fazemos diariamente”, afirma. Ela ressalta a importância de cuidar de si mesma e ser gentil consigo.

Fátima também compartilha conselhos valiosos para mulheres nessa jornada. “Não acredite na ideia limitante de que é preciso escolher entre ser mãe ou ter uma carreira de sucesso. Essa visão é uma construção social que precisamos desconstruir gradualmente”, diz Fátima. Ela acredita que, com apoio e autoconfiança, é possível construir uma carreira brilhante sem abrir mão da maternidade.

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