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Ex-vice da Abin convocado pela PF para prestar depoimento sobre espionagem ilegal

A Polícia Federal convocou Alessandro Moretti, ex-delegado federal e ex-vice da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para depor a respeito de um inquérito que investiga a existência de uma rede de espionagem clandestina dentro da instituição durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moretti deixou seu cargo no início de 2024, após a segunda fase da operação Última Milha revelar indícios de uma tentativa de obstruir a investigação por parte da liderança da Abin.

O superior de Moretti, Luiz Fernando Corrêa, que atualmente ocupa o cargo de diretor-geral da Abin, também recebeu uma intimação. Ambos devem prestar seus depoimentos ainda esta semana. Moretti atuou como diretor de Inteligência da PF no último ano do governo Bolsonaro e, posteriormente, foi indicado por Corrêa para ser o segundo na hierarquia da Abin durante o governo Lula.

Ele se tornou o segundo membro da alta cúpula da Abin sob a administração Lula a ser destituído devido aos desdobramentos da investigação sobre a chamada Abin Paralela. Em outubro de 2023, no início da primeira fase da operação Última Milha, um dos alvos foi Paulo Maurício Fortunato, então ocupante do terceiro cargo mais alto na Abin, que foi afastado após a PF encontrar US$ 171 mil em sua residência.

Em janeiro de 2024, novas fases da investigação e a menção de possíveis tentativas de obstrução da apuração levaram à queda de Moretti. A investigação sobre a Abin Paralela começou com o objetivo de verificar o uso do software First Mile para monitorar jornalistas, opositores e adversários políticos de Bolsonaro. Após a primeira fase, a PF ampliou suas investigações para incluir o uso da estrutura paralela na disseminação de desinformação e na elaboração de dossiês contra opositores.

Fontes confirmaram que Luiz Fernando Corrêa será questionado sobre alegações de obstrução da investigação da Abin Paralela, além de sua ligação com operações de espionagem direcionadas a autoridades paraguaias no contexto das negociações relacionadas à Itaipu. Um funcionário da Abin revelou em depoimento à PF que as operações de inteligência começaram durante o governo Bolsonaro, mas continuaram sob autorização de Corrêa na gestão Lula.

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