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PL decide não aplicar sanção ao deputado que se absteve de assinar a anistia

Líderes do PL optaram por não impor uma sanção ao deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), que foi o único membro do partido a não apoiar o requerimento de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Nos bastidores, algumas lideranças afirmam que uma reprimenda poderia agravar a situação interna e acreditam que o deputado se alinha aos colegas caso a proposta seja realmente discutida.

A proposta de anistia para os envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro ganhou destaque como uma prioridade para a direita no Congresso. Nos corredores do PL, há uma expectativa de que um eventual perdão também possa beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta inelegibilidade até 2030 devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Naquele contexto, a resistência à proposta gerou constrangimento dentro do PL, mas o pastor Silas Malafaia se destacou ao criticar o deputado de maneira contundente. Aliado próximo a Bolsonaro, Malafaia defendeu a expulsão do parlamentar, afirmando: “Ele é muito próximo do ‘ditador’ Alexandre de Moraes. A narrativa, por ter sido ministro de Dilma [Rousseff], é de evitar tensão e conflitos com o Judiciário”, desabafou o líder religioso.

Essa situação levou a um confronto público. O deputado, que já fazia parte do PL antes da chegada de Bolsonaro, declarou que não se deixaria influenciar por pressões e que sua trajetória política não seria guiada por “apelos do Legislativo”. Ele sugeriu que Malafaia deveria se candidatar para defender suas ideias no Congresso.

“Lamento que, em um momento em que o país clama por seriedade e equilíbrio, ele escolha um discurso que apenas exacerba os ânimos. Se deseja se engajar ativamente no debate político e confrontar parlamentares, deveria fazê-lo dentro das normas democráticas, colocando seu nome à disposição da população através das eleições. Ele nem conseguiu eleger seu vereador na capital”, afirmou Carlos Rodrigues.

Em resposta, Malafaia declarou: “Isso é um preconceito. Qualquer cidadão tem o direito de participar do debate político e questionar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. É uma vergonha, você deveria ser expulso do PL”. O pastor também ressaltou que ajudou a eleger 8 dos 11 candidatos a vereador que apoiou, além de 17 dos 21 candidatos a prefeito. “O deputado Sóstenes, líder do seu partido e um defensor da anistia, era meu funcionário, um ilustre desconhecido, que eu percebi a vocação e ajudei a se tornar deputado”, concluiu.

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