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Marés de Luz: descubra o fenômeno da bioluminescência e os melhores locais para observá-lo

Já imaginou caminhar à beira-mar sob a luz da lua e se deparar com as águas do oceano brilhando intensamente? Embora pareça uma cena cinematográfica, essa experiência é totalmente real e ocorre em regiões onde a bioluminescência marinha se manifesta. Esse fenômeno natural é resultado de condições ambientais específicas, e a luz fascinante que vemos é gerada por organismos vivos.

“A bioluminescência é a habilidade de alguns seres vivos de emitir luz através de reações químicas que acontecem em seus corpos. Nos organismos aquáticos, esse efeito é causado pela combinação da luciferina, uma molécula que produz luz, com a luciferase, uma enzima que acelera essa reação. Quando essas substâncias se encontram com oxigênio, ocorre uma reação química que libera energia sob a forma de luz”, explica Emanuele Abreu, professora de ciências biológicas no Colégio Católica Brasília.

Os responsáveis pelo espetáculo luminoso nas marés bioluminescentes são os dinoflagelados, criaturas microscópicas que pertencem ao fitoplâncton. Esse efeito ocorre quando há uma grande concentração desses organismos na água, que são agitados por ondas, embarcações ou nadadores.

Embora moluscos, krill, camarões, águas-vivas e algumas espécies de peixes e bactérias também apresentem bioluminescência, na maioria das vezes, o brilho observado é atribuído a esses pequenos organismos.

Para esses seres, a bioluminescência pode desempenhar diversas funções, dependendo da espécie. Frequentemente, ela serve como um mecanismo de defesa, confundindo predadores. Em outras situações, o fenômeno pode ser utilizado para atrair presas ou parceiros, comunicar-se com outros membros da mesma espécie ou até mesmo para se camuflar.

Para que as marés bioluminescentes se formem, o ambiente marinho precisa estar tranquilo, aquecido e repleto de nutrientes. Além disso, a presença de pouca luz artificial nas proximidades ajuda a realçar o brilho.

No entanto, as atividades humanas podem impactar esse fenômeno. O lançamento de esgoto ou fertilizantes, por exemplo, pode sobrecarregar os organismos e desestabilizar o ecossistema local. Embora uma maior quantidade de organismos possa intensificar o espetáculo, esse desequilíbrio ecológico compromete a saúde dos ambientes marinhos.

O turismo descontrolado também pode afetar a bioluminescência, uma vez que embarcações e o pisoteio em áreas sensíveis podem reduzir a população de dinoflagelados.

“Em várias regiões, o turismo já causou uma diminuição do brilho bioluminescente devido à alteração do equilíbrio natural do local. Portanto, é fundamental que as visitas sejam realizadas de forma responsável, com a devida orientação e respeito às normas de preservação”, alerta Jedhai Pimental, professor de ciências e física da escola Maple Bear, em Brasília.

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