Por um longo período, pensava-se que, para garantir a estabilidade populacional, cada mulher deveria ter em média 2,1 filhos. No entanto, uma pesquisa conduzida por cientistas das Universidades de Nagasaki e Shizuoka, ambas localizadas no Japão, revelou que essa cifra ideal para evitar a extinção da espécie humana aumentou para 2,7 filhos por mulher. Os resultados do estudo foram divulgados no periódico Plos One em abril.
Segundo os pesquisadores, a estimativa anterior se tornou insuficiente. A justificativa para essa mudança reside nas limitações do cálculo anterior. O valor de 2,1 filhos foi determinado levando em consideração a compensação pelas mortes antes da reprodução e a suposição de que metade dos descendentes seriam do sexo feminino, aumentando assim a possibilidade de gerações futuras.
Entretanto, essa conta não levava em conta a variabilidade estocástica, ou seja, a aleatoriedade inerente à vida real. Aspectos como a escolha de não ter filhos, as diferenças na fertilidade entre mulheres, as proporções de nascimento de meninos e meninas, e a possibilidade de indivíduos falecerem antes de se reproduzirem não eram considerados.
Para abordar essas questões, a equipe de pesquisa adotou o modelo matemático Galton-Watson, que simula a reprodução ao longo de várias gerações, incorporando essas flutuações naturais. Os autores do estudo concluíram que é necessário um aumento na taxa de natalidade, especialmente em regiões onde os índices de fertilidade são baixos.
Essa descoberta é crucial em um contexto onde muitos países apresentam taxas de natalidade inferiores ao antigo limite de 2,1 filhos, e distantes da nova estimativa de 2,7. Entre os países mais afetados estão a Coreia do Sul (0,87), Japão (1,30), Itália (1,29) e Estados Unidos (1,66).
Os pesquisadores alertam que, se essa tendência continuar, as linhagens familiares nesses países correm o risco de extinção no futuro. Embora um aumento no número de meninas nascidas pudesse ajudar, esse fator isolado não seria suficiente para salvar a população.
Os cientistas ressaltam que, apesar das baixas taxas de fertilidade, isso não significa o fim da humanidade. No entanto, com uma quantidade cada vez menor de descendentes, é provável que famílias e culturas desapareçam ao longo do tempo.
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