A deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP) revelou sua intenção de se apresentar voluntariamente às autoridades italianas, após a determinação de prisão preventiva emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Zambelli expressou preocupação com a possibilidade de extradição e afirmou que sua motivação é demonstrar boa-fé perante o sistema judiciário e o governo italiano. Ela ressaltou seu respeito pelas leis brasileiras, mas manifestou que não tolerará mais o que considera uma “injustiça” por parte de Moraes. As informações foram divulgadas pela CNN.
A decisão que levou à sua prisão preventiva foi resultado de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e ocorreu em virtude da condenação da deputada por sua participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na última terça-feira (3/6), Zambelli havia mencionado em uma entrevista a um canal do YouTube que estava fora do Brasil há alguns dias, informando que a viagem tinha como objetivo um tratamento de saúde. “Já faz alguns dias. A princípio, buscando um tratamento médico, é um tratamento que eu já fazia aqui”, disse ela, sem entrar em detalhes sobre o local. Na ocasião, anunciou também que solicitou o afastamento do mandato.
A licença foi formalizada na quinta-feira (5/6) e aprovada pela Câmara dos Deputados por um período de 120 dias. No mesmo dia, o nome de Zambelli foi adicionado à lista de difusão vermelha da Interpol, o que possibilita sua prisão em outros países, incluindo a Itália, onde ela se entregou.
Agora, aguarda-se que as autoridades italianas sigam os trâmites legais para analisar o pedido de extradição da deputada ao Brasil. Carla Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo STF e perdeu seu mandato parlamentar. A pena foi imposta após a Primeira Turma da Corte concordar, por unanimidade, sobre sua participação no caso de invasão ao sistema eletrônico do CNJ.
Nesta sexta-feira (6/6), o STF realizou uma sessão extraordinária para deliberar sobre um recurso apresentado pela defesa da deputada, e a decisão manteve a condenação nos mesmos termos previamente definidos.




