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Deputado financiado pela Câmara viaja aos EUA para debater sanções com Eduardo Bolsonaro

Filipe Barros (PL-PR), que ocupa a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, realizou uma viagem aos Estados Unidos em maio deste ano, onde se encontrou com Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A expedição, que gerou um custo superior a R$ 19 mil para a Câmara, permitiu que Barros se reunisse com um deputado norte-americano envolvido nas discussões sobre sanções direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes.

Conforme informações do sistema da Câmara, a viagem, classificada como uma missão oficial, tinha como meta “participar de encontros com a comunidade brasileira residente nos Estados Unidos”, ocorrendo de 11 a 15 de maio. As despesas com passagens totalizaram R$ 16,7 mil, enquanto as diárias somaram R$ 2,4 mil.

Durante sua estadia, Barros e Eduardo Bolsonaro se reuniram com o deputado Cory Mills, que, dias depois, expressou ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sua preocupação com uma suposta “censura generalizada” no Brasil. Em resposta, Rubio mencionou que o governo americano estava considerando sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, interpretação que no Brasil foi atribuída à atuação de Eduardo Bolsonaro.

Rubio declarou: “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, referindo-se à possibilidade de Moraes ser alvo da Lei Magnitsky.

Após a declaração de Rubio, Filipe Barros comentou sobre o tema em uma entrevista ao Metrópoles, afirmando que essa posição reflete o trabalho realizado por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele tem denunciado as graves violações de direitos humanos que estariam ocorrendo no Brasil. “Na semana passada, eu tive a oportunidade de estar com ele [Eduardo Bolsonaro] presenciando, e colaborando com o trabalho que ele tem feito nos Estados Unidos de denúncias às inúmeras violações de direitos humanos que estão acontecendo no Brasil”, ressaltou Barros.

Ele também expressou otimismo após as declarações sobre a possibilidade de sanções contra Moraes, enfatizando que “não passarão em branco as inúmeras violações de direitos humanos que estamos presenciando no Brasil”.

Em contato com o Metrópoles, a assessoria de Filipe Barros mencionou que a viagem a Washington tinha como intuito “firmar tratativas e avançar em propósitos comuns com nações amigas”. Quando questionado sobre o encontro com Eduardo Bolsonaro e o deputado que defende sanções contra Moraes, Barros destacou que participou de reuniões com os deputados Cory Mills e Brian Mast, além de encontros com outros representantes brasileiros.

A agenda inicial da viagem incluiu uma reunião em Miami com Mike Benz, um ex-funcionário do Departamento de Estado que deve ser convocado em breve pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, além de encontros com membros da Yes Brazil, uma associação que apoia os imigrantes brasileiros na Flórida.

Eduardo Bolsonaro, que se afastou da Câmara em março e reside nos EUA, é alvo de um inquérito no STF por supostamente atuar junto ao governo americano para aplicar sanções contra ministros do STF, a PGR e a Polícia Federal.

O pedido de investigação partiu do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, que relatou indícios de uma “estrutura estável” buscando “sabotagem” ao Poder Judiciário brasileiro.

Após o início do inquérito, a Comissão de Relações Exteriores aprovou uma moção de apoio a Eduardo Bolsonaro, onde Filipe Barros defendeu que qualquer sanção contra Moraes não deve ser vista como um ataque ao Brasil. “O ministro Alexandre de Moraes é um servidor público, e os seus atos, como servidor público, afetam e estão desrespeitando a jurisdição norte-americana. Esse é o fato. Se eventualmente ocorrer uma sanção, é por conta desse fato”, afirmou.

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