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Empresas públicas federais registram um déficit de R$ 2,73 bilhões nos primeiros meses de 2025

As empresas públicas federais apresentaram um déficit de R$ 2,73 bilhões nos quatro primeiros meses de 2025, conforme os dados divulgados pelo Banco Central (BC) na última sexta-feira (30/5). Este valor marca um novo recorde na série histórica da instituição, que começou em 2002, representando o maior déficit em 23 anos.

Somente em abril, o déficit das estatais federais atingiu R$ 1,4 bilhão. As informações estão contidas no relatório das Estatísticas Fiscais, que também inclui dados sobre o setor público consolidado e a dívida bruta do país.

A metodologia utilizada pelo BC para esses cálculos apresenta algumas diferenças em relação à abordagem do governo federal. Em janeiro, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), informou que o déficit primário das estatais federais em 2024 foi de R$ 4,04 bilhões, enquanto o Banco Central apontou um déficit total de R$ 6,7 bilhões para o mesmo ano.

O governo explica que essa disparidade se deve ao fato de que o BC não exclui os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os resultados da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar). Além disso, são mencionadas diferenças metodológicas na coleta e análise de dados, que podem resultar em números finais distintos.

A ministra da Gestão, Esther Dweck, destacou em janeiro que, entre as 11 empresas que encerraram 2024 com déficit primário, nove apresentavam lucro em seus resultados contábeis. “Um déficit não representa um problema para o Tesouro”, afirmou Dweck. “É uma visão simplista acreditar que, se houve superávit, tudo está bem, e se há déficit, tudo está mal”, complementou. Ela citou a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que, embora tenham registrado déficit orçamentário, apresentaram lucros líquidos até o terceiro trimestre de 2024.

O governo prevê que as empresas públicas federais continuarão enfrentando déficits bilionários nos próximos anos, o que pode pressionar as contas públicas. As projeções indicam os seguintes valores:
2026: -R$ 6,8 bilhões;
2027: -R$ 7,1 bilhões;
2028: -R$ 6,8 bilhões;
2029: -R$ 6,6 bilhões.

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