O ministro da Educação, Camilo Santana, participou nesta quarta-feira (21/5) de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, onde discutiu o novo decreto do governo que impõe restrições aos cursos a distância (EAD). Durante a sessão, Santana destacou a significativa diferença entre a qualidade dos cursos presenciais e os oferecidos online, e afirmou que a maioria dos brasileiros não se sentiria confortável sendo atendida por um enfermeiro cuja formação fosse totalmente on-line. “Não creio que o povo brasileiro deseje ser atendido por um enfermeiro que se formou 100% a distância. É essencial ter laboratórios e professores. A qualidade dos cursos EAD é inferior à dos presenciais”, declarou o ministro.
O decreto, que foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira (19/5), estabelece a Nova Política de Educação à Distância e proíbe a oferta de cursos de graduação em áreas como Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia nessa modalidade.
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) criticou o ministro, alegando que sua postura é preconceituosa, uma vez que muitos alunos de EAD pertencem a camadas de baixa renda e a imposição de mais aulas presenciais aumentaria os custos das mensalidades. “Vocês estão tentando acabar com o EAD. Estar no polo presencial não garante qualidade. Isso é um decreto elitista, resultado de pressões de sindicatos”, argumentou Ventura.
Em resposta, o ministro negou que houvesse qualquer tipo de preconceito em sua decisão. “Não há preconceito contra o EAD. Se fosse assim, teríamos revogado a portaria anterior logo no primeiro dia. O EAD cresceu no Brasil e não havia regulamentação. Para mim, a questão partidária não tem importância. Ao contrário do governo anterior, que nunca me recebeu quando eu era governador. Para conseguir recursos no Ceará, tive que entrar com uma ação no STF”, defendeu Santana.
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