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Lula condena investimentos em conflitos bélicos e clama por recursos para erradicar a fome

Nesta segunda-feira (19/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com os ministros da Agricultura da União Africana no Palácio do Itamaraty, a fim de discutir o II Diálogo Brasil-África, que aborda Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural. Durante a reunião, Lula expressou sua insatisfação com os gastos elevados em guerras, como os conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

O evento acontece em um momento de preocupação no setor agropecuário brasileiro, com a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. No entanto, o presidente não fez menção aos surtos da doença no Brasil em seu discurso para os ministros africanos.

“Qualquer presidente deste país poderia ter assegurado que ninguém passaria fome. Contudo, frequentemente, as populações mais vulneráveis não são priorizadas pela maioria dos governos”, observou Lula. “É lamentável saber que, no ano passado, o mundo destinou US$ 2,4 trilhões para armamentos e conflitos, mas não teve a mesma determinação de investir em educação para que as pessoas possam plantar e colher o que consomem em seus países.”

Ele enfatizou a importância da transferência de tecnologia e do investimento em agricultura familiar como estratégias para combater a fome, especialmente em nações africanas. “Imagine se os recursos gastos na guerra entre a Ucrânia e a Rússia fossem aplicados na produção de alimentos. E se o dinheiro utilizado pelo exército de Israel para atacar civis em Gaza fosse direcionado à capacitação tecnológica em países carentes? O mundo seria muito diferente”, concluiu.

No ano anterior, a pedido de Lula, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, enviou uma comitiva à União Africana, composta por representantes do ministério, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e empresários do agronegócio, com o intuito de fortalecer relações comerciais.

O II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural acontece entre os dias 20 e 22 de maio, visando promover a troca de experiências em produção agropecuária e aquícola, além de discutir alternativas de financiamento para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

A União Africana, que conta com mais de 50 países, incluindo África do Sul e Angola, é um grande importador de produtos agrícolas brasileiros, como carnes bovina, suína e avícola. Vale destacar que a África do Sul suspendeu temporariamente a importação de carne de aves devido ao primeiro caso de influenza aviária registrado no Brasil.

Os países do bloco somam um Produto Interno Bruto (PIB) aproximado de US$ 2,86 trilhões, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Carlos Fávaro mencionou que o Brasil pode se livrar da doença e retomar as exportações de carne de aves em até 28 dias, caso não sejam encontrados novos casos de influenza.

“O protocolo prevê um ciclo de 28 dias para a gripe aviária. Se não houver mais casos confirmados nesse período, podemos afirmar, com base em evidências científicas, que o Brasil estará livre da gripe aviária em todo o seu território”, declarou o ministro a jornalistas. No entanto, a plataforma do governo federal que monitora a situação da doença ainda aponta sete focos em investigação no país.

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