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Conflito no Senado: Wolney e Moro trocam farpas sobre escândalo do INSS

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se envolveram em um acalorado debate no Senado, onde trocaram acusações a respeito das responsabilidades em um escândalo envolvendo o Instituto Nacional da Previdência Social (INSS) e descontos indevidos aplicados a aposentados. A discussão ocorreu na Comissão de Fiscalização e Controle, onde Wolney estava prestando esclarecimentos na quinta-feira (15/5).

As irregularidades foram inicialmente expostas em reportagens do Metrópoles. O conflito começou quando o ministro mencionou uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, que revelava que um servidor havia denunciado em 2020, à Polícia Federal (PF), as irregularidades no INSS, mas que o caso não teria recebido a devida atenção. A matéria que trouxe à tona o esquema foi publicada na coluna de Mirelle Pinheiro.

Wolney questionou Moro, que ocupava o cargo de ministro da Justiça na época, se ele estava ciente da situação. “Ontem, por exemplo, assisti ao JN e vi a denúncia de 2020, onde um servidor relatou à PF sobre descontos indevidos e fraudes. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador, e parece que vossa excelência era ministro da Justiça nesse período. O que vossa excelência fez para combater essas fraudes?”, indagou o ministro.

Moro respondeu que nunca teve acesso a essas informações e acusou Wolney de não ter tomado nenhuma iniciativa, afirmando que o ministro “nunca fez nada” e que estava apenas tentando acusá-lo. “Não, isso não chegou ao meu conhecimento, mas chegou ao de vossa excelência […]. Vossa excelência estava no ministério quando as fraudes ocorreram, como secretário-executivo, e não fez nada, e agora quer me acusar”, retrucou o senador.

Wolney, por sua vez, defendeu que Moro, como ministro da Justiça, tinha uma responsabilidade maior a respeito do caso, lembrando que foi o governo Lula que acionou a polícia para investigar a situação. “Não queria entrar nesse bate-boca, mas vossa excelência, como ministro da Justiça, tinha a obrigação de saber do que eu […]. Foi o nosso governo que acionou a polícia”, argumentou.

Cerca de uma hora após o desentendimento, Moro solicitou a palavra e afirmou ter tomado conhecimento da reportagem do Jornal Nacional, ressaltando que a denúncia foi feita em setembro de 2020, enquanto ele deixou o Ministério da Justiça em abril daquele ano.

O INSS, que estava sob a responsabilidade de Wolney, foi alvo de um esquema revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. As denúncias resultaram na abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar cobranças realizadas por entidades registradas em nome de laranjas.

Wolney, que também é do PDT, foi secretário-executivo da Previdência durante a gestão de Carlos Lupi, e após a saída de Lupi, foi escolhido pelo presidente Lula (PT) para liderar a pasta.

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