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Padre e influenciador digital Patrick Fernandes é ouvido pela CPI das Apostas

Nesta quarta-feira (21/5), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas do Senado Federal recebeu o depoimento do padre e influenciador digital Patrick Fernandes. Ele foi convidado por diversas empresas para promover apostas online, conhecidas como “bets”, mas rejeitou as ofertas. A reunião teve início por volta das 10h50, com a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, expressando gratidão pela presença do padre, que manifestou interesse em contribuir com o colegiado.

Como figura religiosa e influenciador, Patrick Fernandes frequentemente ouve relatos de fiéis e seguidores que enfrentam problemas relacionados ao vício em jogos. Durante a sessão, ele destacou os riscos associados aos jogos online, afirmando: “Muitas famílias estão sendo desfeitas devido a esse vício. O crescimento dos problemas relacionados a jogos nunca foi tão alarmante.” Ele ressaltou a importância da CPI em trazer à luz essa questão, afirmando que os representantes têm a responsabilidade de ajudar a combater esse “câncer” que afeta tantas vidas.

O padre também explicou como as plataformas de jogos funcionam, ressaltando que muitos influenciadores que são contratados não estão promovendo jogos em tempo real, mas sim utilizando contas de demonstração. “Há uma estrutura por trás disso. Já existem investigações que confirmam a existência dessas contas demo”, disse. Ele enfatizou que os impactos negativos do vício em jogos atingem principalmente as pessoas mais pobres e vulneráveis.

Patrick compartilhou que, em suas interações com plataformas de apostas, recebeu propostas substanciais para realizar publicidades. “Uma delas, quando eu tinha 1 milhão de seguidores no Instagram, me ofereceu R$ 560 mil para uma campanha”, revelou. Contudo, ele recusou a oferta e mencionou que as agências já conhecem sua posição contrária e não o abordam mais.

Durante a CPI, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) pediu desculpas por ter tirado uma selfie com a influenciadora Virginia Fonseca, que havia prestado esclarecimentos na CPI em 13/5. Ele explicou que, como pai e político, não deveria ter agido daquela forma em um ambiente tão sério e formal.

De acordo com o senador Dr. Hiran (PP-RR), presidente da CPI, é fundamental ouvir vozes influentes sobre a questão, especialmente aquelas que atuam na pastoral voltada para a juventude e famílias, além de discutirem saúde emocional e vícios comportamentais em suas redes sociais. A CPI das Apostas, que começou em novembro de 2024, tem a missão de investigar a influência crescente dos jogos virtuais nas finanças das famílias brasileiras, bem como a possível ligação com organizações criminosas e o uso de influenciadores na promoção dessas atividades.

Na semana anterior, os influenciadores Virginia Fonseca e Rico Melquiades também prestaram depoimento como testemunhas na CPI. Para receber atualizações sobre as notícias do Brasil, você pode se inscrever no canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp ou Telegram.

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