Araceli Crespo, uma menina de apenas 8 anos, foi sequestrada, violentada e assassinada em 1973, chocando o Brasil. Seu desaparecimento ocorreu em 18 de maio, uma sexta-feira, após ela sair da escola na Praia do Suá, em Vitória. A última pessoa a vê-la viva foi um adolescente que a encontrou em um bar, localizado na interseção das avenidas Ferreira Coelho e César Hilal.
Neste domingo, 18 de maio, comemora-se o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, uma data que surgiu como homenagem ao caso de Araceli e resultou na promulgação da Lei Federal nº 9.970, sancionada em 17 de maio de 2000.
Há 52 anos, na noite do desaparecimento, o pai de Araceli, Gabriel Sanchez Crespo, iniciou uma busca incansável pela filha. O corpo da menina foi descoberto apenas em 24 de maio, já em avançado estado de decomposição e desfigurado, em uma área de mata nas proximidades do Hospital Infantil em Vitória. Com as evidências coletadas, o promotor Wolmar Bermudes apresentou uma denúncia formal.
A Justiça identificou três principais suspeitos: Dante de Barros Michelini, conhecido como Dantinho; seu pai, Dante de Brito Michelini; e Paulo Constanteen Helal, todos oriundos de famílias influentes no Espírito Santo. Segundo as investigações, Araceli foi sequestrada por Paulo Helal em um bar logo após deixar a escola e levada ao Bar Franciscano, de propriedade de Dante Michelini, na Praia de Camburi. Nesse local, a menina foi submetida a abusos sexuais e mantida em cativeiro sob efeito de drogas.
Infelizmente, devido ao uso excessivo de substâncias, Araceli entrou em coma e foi levada ao hospital, onde já chegou sem vida. As investigações indicaram que Paulo Helal e Dante Michelini descartaram o corpo da criança em uma área de mata, onde foi posteriormente encontrado.
Além disso, as apurações revelaram que Dante Michelini tentava interferir nas investigações, fazendo ligações para a polícia que comprometiam o trabalho dos investigadores. Várias testemunhas que poderiam contribuir para o caso faleceram durante o andamento das investigações.
Embora os três suspeitos tenham sido inicialmente condenados, eles foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que alegou insuficiência de provas.




