O agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos, teve em sua posse gravações que mencionam um grupo armado com a intenção de capturar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga um suposto plano golpista, por ter compartilhado informações sobre a segurança de Lula com outros participantes do esquema.
As gravações, obtidas e analisadas pela Polícia Federal, também revelam que informações confidenciais sobre a segurança de Lula foram transmitidas a servidores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O conteúdo foi inicialmente divulgado pelo Jornal Nacional e posteriormente confirmado pelo Metrópoles.
Nos áudios, Soares menciona pertencer a uma “equipe de operações especiais”, armada e pronta para agir em prol de Bolsonaro. Ele afirma que o grupo aguardava apenas uma “canetada” do então presidente para dar início à ação.
Em outra passagem, o policial expressa que o grupo estava preparado para utilizar força extrema. Em um dos trechos, ele critica a atitude de Bolsonaro e dos generais, afirmando que o presidente “faltou com firmeza” e que deveria ter tomado atitudes mesmo sem o respaldo da cúpula militar.
Além disso, um dos interlocutores expressa saudade de líderes mais rigorosos no exército, como os da era do regime militar. Outras partes das gravações revelam que o grupo contava com a não aceitação da eleição e com a resistência ao novo governo. Conforme um dos áudios, a posse de Lula não se realizaria — mas o plano acabou falhando.
00:02 – 00:20 (Áudio 3): “Se o Bolsonaro ainda estivesse no poder, ele teria sido preso. Com medo, ele decidiu sair para tentar amenizar a situação.”
Os áudios também trazem à tona discussões sobre a retirada dos manifestantes dos quartéis. De acordo com um dos interlocutores, essa retirada foi uma estratégia para evitar conflitos com famílias presentes, mas os preparativos para um confronto continuavam.
Em um dos trechos, o policial menciona que apenas a Marinha ofereceu apoio total a Bolsonaro.
								



