JMV News

O que levou os japoneses a encerrar o mangá ‘Kaiju No.8’?

Recentemente, o mundo dos mangás foi surpreendido pelo anúncio do fim da obra “Kaiju No.8”, criada por Naoya Matsumoto. A decisão ocorre logo após o sucesso do anime adaptado, que se destacou em 2024 com uma temporada muito bem recebida e até um filme que resumiu a história. Diante desse sucesso, por que a editora optou pelo encerramento da série em vez de estendê-la indefinidamente? Essa escolha parece refletir uma nova tendência.

A era em que os mangás eram esticados até a última gota parece ter ficado para trás. Embora ainda existam títulos como “One Piece”, “Detetive Conan” e “Hajime no Ippo”, que ultrapassam a marca dos 100 volumes, muitos dos sucessos contemporâneos estão sendo concluídos de forma mais concisa, geralmente entre 15 e 25 volumes. Exemplos como “Demon Slayer” e “Jujutsu Kaisen” se encaixam perfeitamente nesse novo padrão de narrativa mais enxuta.

Isso se deve ao fato de que o universo dos animes e mangás é um dos poucos segmentos do entretenimento que continua a se renovar constantemente. Todo ano, surgem novas obras que rapidamente se tornam populares. Em 2024, vimos o lançamento de “Solo Leveling”, “Dungeon Meshi”, “Dan Da Dan” e o próprio “Kaiju No.8”. Assim, as editoras estão mais abertas a permitir que os mangás tenham um fim natural, já que há sempre novas histórias com potencial para brilhar. Além disso, histórias muito alongadas correm o risco de perder a qualidade e se tornarem cansativas.

Essa mudança pode ser um alívio para os criadores de mangás, que agora têm a oportunidade de desenvolver narrativas mais focadas e menos arrastadas. Embora o cenário ainda deixe a desejar, com autores enfrentando problemas de saúde devido à carga de trabalho, a situação é melhor do que nos anos 90, quando Akira Toriyama se dedicou por décadas a criar sucessos para a “Shonen Jump”. Que venha o próximo sucesso na linha de “Kaiju No.8”.

Onde ler ‘Kaiju No.8’? MangaPlus (digital) e editora Panini (físico).

Mangás curtos para aproveitar:
– “O Pecado Original de Takopi” (2 volumes): A história de um alienígena que busca trazer felicidade, mas encontra uma garotinha em profunda tristeza. Este mangá de Taizan 5 é emocionante e publicado pela editora Panini.
– “Astra: Lost in Space” (5 volumes): Durante uma viagem espacial, um grupo de alunos enfrenta um acidente e precisa encontrar uma forma de voltar à Terra, enquanto um espião pode estar entre eles. Criado por Kenta Shinohara, conhecido por “Witch Watch”, é uma obra que vale a pena conferir, publicada pela Devir.
– “Paradise Kiss” (5 volumes): Uma nova obra de Ai Yazawa, onde uma jovem é convidada para desfilar em uma escola de moda, levando-a a descobrir uma nova vocação. Uma narrativa emocionante e bem construída, disponível pela Panini.

Shinichiro Watanabe, o criador de “Cowboy Bebop”, estará no Anime Friends

O Anime Friends está revelando suas atrações para a edição de 2025, agora sob a organização do grupo Omelete, que também cuida de eventos como CCXP e gamescom latam. Entre os convidados mais notáveis, o diretor Shinichiro Watanabe se destaca, conhecido por criar animes icônicos como “Cowboy Bebop”, “Samurai Champloo” e “Carole & Tuesday”. Segundo a organização do evento, ele participará de atividades nos dias 4, 5 e 6 de julho, e estou ansioso para vê-lo pessoalmente!

Além disso, foram confirmados vários painéis sobre dublagem. No dia 5, haverá um painel com os dubladores da versão da Netflix de “Dan Da Dan”, incluindo Bruna Laynes (Aira), Hannah Buttel (Momo) e Renan Vidal (Okarun). No dia 6, será a vez de um painel sobre “Frieren”, com Jacque Souza (Frieren), Maria Clara Rosis (Fern) e Lucas Miagusuku (Stark). Já tive a oportunidade de entrevistar o elenco de “Frieren”, e você pode conferir a conversa aqui.

Ainda no tema da dublagem, teremos o tradicional painel de Guilherme Briggs (Brook de “One Piece”) no dia 6, além de um especial no dia 3 que reunirá dubladores mais novos, incluindo Gaby Milani (Kiyo de “Demon Slayer”), Lipe Volpato (Midoriya de “My Hero Academia”) e Vyni Takahashi (Luffy do live-action de “One Piece”).

Anime Friends 2025
Quando? De 3 a 6 de julho, no Anhembi.

‘Witch Watch’ se destaca como o anime da temporada

Estou sempre de olho no perfil Anime Trending nas redes sociais, pois eles realizam pesquisas semanais para identificar quais animes estão em alta entre os otakus. Fico feliz em ver que “Witch Watch” se tornou um dos animes mais populares nesta temporada. Não que isso seja uma surpresa, já que a comédia de Kenta Shinohara é cativante e bem feita, embora não seja o que normalmente atrai o público típico de animes.

“Witch Watch” segue a história de Nico, uma bruxinha que retorna ao Japão após um treinamento mágico e passa a viver com seu amigo de infância Morihito, que se tornou seu guarda-costas. A trama alterna entre as aventuras mágicas de Nico e o desenvolvimento romântico entre os dois, oferecendo uma comédia leve e uma animação encantadora que rapidamente captura a atenção do espectador.

Onde assistir ‘Witch Watch’? Netflix (dublado e legendado), Crunchyroll (legendado).

Leia mais sobre os destaques otakus:
– 30 anos da editora JBC: Entrevista com Marcelo Del Greco, que compartilha curiosidades sobre a trajetória da editora.
– Casais LGBTQIAPN+ nos animes: Uma seleção de casais canônicos que refletem a diversidade nos animes.
– Celebração de “Hunter x Hunter”: Um vídeo que destaca a importância da obra de Yoshihiro Togashi, desafiando aqueles que a subestimam.

Dicionário Otaku: O que significa “Cour”?

Após o lançamento do trailer do segundo “cour” da temporada final de “Dr Stone”, percebi que muitos otakus estavam confusos com o termo “cour”, frequentemente usado para descrever a duração das temporadas de animes. Vamos esclarecer!

As temporadas de animes no Japão seguem o ciclo das estações do ano, com quatro temporadas anuais, cada uma durando três meses. Isso resulta em cerca de 13 episódios por temporada, o que caracteriza um “cour”.

Quando um anime é anunciado com dois “cours”, significa que terá aproximadamente 26 episódios, exibidos ao longo de duas temporadas (por exemplo, no verão e no outono). Também é possível que a série seja apresentada em “cours não-consecutivos”, como ocorreu com “Dr Stone” e “Bleach”. Nesse caso, a temporada pode ter mais de 13 episódios, mas não será exibida de forma contínua.

Para “Dr Stone”, a temporada final foi anunciada com três “cours” (cerca de 39 episódios), divididos ao longo do tempo. O primeiro cour começou em janeiro, houve uma pausa na temporada de abril, e a série retorna agora em julho. Essa estratégia permite que o estúdio tenha mais tempo para trabalhar na produção, garantindo maior qualidade e um respiro para os fãs.

Até a próxima semana, otakus!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima