Caso “Dona de Mim” mantenha a qualidade do seu episódio inaugural, a nova novela das sete da Globo tem tudo para se tornar mais uma obra de sucesso da autora Rosane Svartman, responsável por outras produções bem recebidas pelo público, como “Totalmente Demais”, “Bom Sucesso” e “Vai na Fé”.
Com uma abordagem sensível e cuidadosa, a autora traz uma narrativa leve que se sustenta em situações dramáticas impactantes, como tentativas de suicídio e abortos espontâneos, que alteram o curso da vida dos principais personagens: Abel (Tony Ramos), Leo (Clara Moneke) e Marlon (Humberto Morais). Os momentos cruciais da trajetória desses protagonistas foram apresentados através de flashbacks ágeis e eficazes, evitando que a história se tornasse monótona.
Neste primeiro capítulo, Rosane conseguiu tocar o público sem recorrer ao melodrama excessivo. A contribuição de atores experientes, como Tony Ramos, Camila Pitanga e Claudia Abreu, foi fundamental. O trio se destacou na estreia de “Dona de Mim”, proporcionando ao espectador uma carga emocional intensa.
A segunda parte da estreia trouxe um tom mais vibrante, dando espaço para a trama romântica entre Leo, Marlon e Bárbara (Giovana Cordeiro), que deverá ter um papel significativo ao longo da novela. Em suas produções anteriores, Rosane habilmente despertou o interesse do público nas redes sociais ao criar triângulos amorosos que polarizavam os fãs, e em “Dona de Mim”, esse fenômeno está prestes a se repetir.
Embora a introdução dos principais conflitos tenha sido primorosa, a abertura da novela deixou a desejar. Com falta de personalidade e um excesso de cores que, em certos momentos, dificultou a leitura dos créditos, a abertura não parece refletir a essência da história. A Globo poderia considerar a possibilidade de ajustes, como já fez no passado com as aberturas de “América” (2005) e “Eterna Magia” (2007).