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Pesquisa revela razões para a agressividade do câncer intestinal

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, identificaram os mecanismos que fazem o câncer intestinal se tornar uma condição mais agressiva e desafiadora de tratar. Em um artigo publicado na revista Nature, a equipe detalha como as células tumorais desse tipo de câncer se transformam em formas mais resistentes, semelhantes às células da pele e dos músculos.

Essas novas descobertas podem auxiliar na busca por tratamentos mais eficazes para a doença. Os cientistas explicam que a transformação das células cancerígenas, um fenômeno conhecido como plasticidade celular, permite que o câncer resista às terapias disponíveis e facilite sua propagação pelo organismo, tornando-se assim mais ameaçador.

Patrizia Cammareri, a principal autora do estudo, comentou em uma entrevista ao Daily Mail que “as células da pele são projetadas para suportar mais estresse do que outros tipos, o que pode ser uma estratégia utilizada pelo câncer para se fortalecer e se disseminar”.

Além disso, a equipe investigou o gene Artx, cuja mutação está ligada a formas mais agressivas do câncer intestinal. Experimentos realizados em tecidos de animais e humanos mostraram que a perda deste gene resultou em um aumento de tumores metastáticos, que se espalharam para órgãos como o fígado, gânglios linfáticos e diafragma.

Os pesquisadores destacam que suas descobertas são particularmente relevantes, uma vez que a incidência de câncer intestinal entre a população jovem está crescendo. Para eles, é crucial compreender a dinâmica das células cancerígenas e como a doença se desenvolve.

Embora a obesidade seja um fator de risco reconhecido para o câncer intestinal em jovens, a doença também tem sido diagnosticada em indivíduos saudáveis, indicando que outros fatores podem estar em jogo. Alguns especialistas sugerem que a exposição a microplásticos, presentes em alimentos ultraprocessados e na poluição, pode ser uma das causas.

“Esperamos que essas descobertas nos ajudem a criar novas abordagens terapêuticas que impeçam a modificação celular e a progressão do câncer para estágios mais avançados”, afirma Kevin Myant, coautor do estudo e especialista em oncologia da universidade escocesa.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer representa um dos principais desafios de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. A detecção precoce da doença aumenta significativamente as chances de recuperação, por isso é fundamental estar atento aos sinais que o corpo manifesta. Embora alguns tumores não apresentem sintomas, o câncer frequentemente provoca alterações no organismo.

Entre os sinais que podem indicar a presença da doença, destacam-se: perda de peso inexplicada, alterações persistentes na textura da pele, tosse persistente que se prolonga por mais de quatro semanas, mudanças no aspecto de pintas, presença de sangue nas fezes ou na urina, dores inexplicáveis que persistem por mais de quatro semanas e azia intensa que não cessa.

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