O risco de desenvolvimento de doenças cardíacas aumenta consideravelmente durante a menopausa, devido à diminuição na produção dos hormônios femininos que exercem um papel protetor sobre o coração. No entanto, uma nova pesquisa revela que a inclusão da manga, uma fruta amplamente disponível e apreciada, na dieta diária pode contribuir para a diminuição desse risco.
Cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, conduziram um estudo que demonstrou que o consumo diário de 330 g de manga (equivalente a cerca de 1 xícara e meia) durante duas semanas resultou em melhorias significativas em diversos parâmetros de pressão arterial e redução do colesterol total e do LDL, conhecido como colesterol ruim, em mulheres saudáveis no período pós-menopausa.
Os resultados da pesquisa foram divulgados em março no Journal of the American Nutrition Association, após avaliação por especialistas na área. A coautora do estudo, Roberta Holt, destacou que “essas descobertas auxiliam na identificação de estratégias alimentares específicas, como a inclusão diária de mangas frescas, que podem beneficiar essa população em risco e promover a saúde cardiovascular, além de potencialmente reduzir a probabilidade de doenças crônicas.”
O estudo envolveu 24 mulheres saudáveis, com idades entre 50 e 70 anos, que apresentavam sobrepeso ou obesidade, com índice de massa corporal (IMC) variando entre 25 e 40. Antes do início do estudo, elas foram instruídas a não consumir manga para que os efeitos da fruta pudessem ser avaliados de forma mais precisa.
Durante as duas semanas de pesquisa, as participantes realizaram três visitas ao laboratório. Na primeira, foram coletadas informações iniciais, incluindo medições corporais, pressão arterial e colesterol em jejum, seguidas de testes de acompanhamento em uma e duas horas. O consumo de manga teve início na segunda visita, com as mulheres ingerindo 330 g da fruta diariamente, distribuídas entre a manhã e a noite, até a terceira visita, onde os testes foram repetidos.
Os resultados mostraram melhorias significativas nos indicadores de saúde cardiovascular. Duas horas após o consumo de manga, a pressão arterial sistólica das participantes diminuiu cerca de 6 pontos (6,3 mmHg), e houve uma redução de 2,3 mmHg na pressão arterial média. Além disso, o consumo diário de manga por duas semanas resultou numa diminuição do colesterol total em quase 13 pontos (12,9 mg/dl) e do LDL em aproximadamente 13 pontos (12,6 mg/dl).
“Este estudo demonstra que mesmo mudanças de curto prazo, como a inclusão diária de mangas frescas na dieta, podem ter um impacto significativo na redução do risco de doenças crônicas em determinadas populações”, afirma Holt.
A menopausa é um período marcado por alterações hormonais que afetam as mulheres. No Brasil, a média de idade para o início da menopausa é de 48 anos, e apenas metade das mulheres nessa fase busca tratamento. Os sintomas mais comuns incluem os fogachos, que podem ocorrer até mesmo durante o sono.
As doenças cardiovasculares, que se tornam mais prevalentes após a menopausa, são a principal causa de morte entre mulheres nessa faixa etária. Além disso, um estudo menor, envolvendo seis participantes, analisou o impacto da manga no metabolismo da glicose, mostrando que os níveis de açúcar no sangue aumentaram de forma significativamente menor após o consumo de manga em comparação com a ingestão de pão branco.
“Fatores como hipertensão e colesterol elevado são grandes responsáveis por doenças cardiovasculares, mas uma dieta rica em nutrientes, que inclua frutas frescas como a manga, demonstrou ajudar a mitigar esses riscos”, conclui a pesquisadora.
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