Com a crescente presença de inovações tecnológicas na neurorreabilitação, como o neuralink de Elon Musk, o médico alemão Volker Hoemberg, presidente da Federação Mundial de Neurorreabilitação (WFNR), acredita que o futuro da área não está exclusivamente atrelado a esses avanços. “É inegável que veremos mais tecnologias, como robôs, exoesqueletos e inteligência artificial em nosso trabalho clínico. Contudo, elas não são essenciais. O futuro da neurorreabilitação se concentra muito mais na compreensão do aspecto humano dos nossos pacientes e na capacidade de ouvir suas necessidades”, argumenta Hoemberg em uma entrevista exclusiva concedida ao Metrópoles.
O médico iniciou o 1º Congresso Latino-Americano da WFNR, que acontece no Hospital Sarah em Brasília, com programação que se estende até a próxima sexta-feira (9/5). Durante sua apresentação sobre o futuro da neurorreabilitação, Hoemberg exibiu uma série de vídeos demonstrando a aplicação de tecnologias no campo, desde softwares que auxiliam pacientes a praticarem exercícios em casa até exoesqueletos sofisticados que permitem a conexão entre impulsos mentais e a movimentação de próteses.
Entretanto, ele ressaltou que, com um adequado treinamento de profissionais de saúde e um atendimento atencioso, é possível alcançar resultados comparáveis aos proporcionados por tecnologias de ponta.
A neurorreabilitação visa auxiliar pacientes que sofreram lesões cerebrais ou na medula espinhal, com o intuito de minimizar as sequelas que afetam sua autonomia. No evento, temas como o impacto de AVCs, Alzheimer e até a Covid-19 serão debatidos.
“É inevitável que integremos essas inovações em nosso trabalho, mas existem limitações significativas. A primeira é financeira, considerando o custo elevado desses equipamentos. Embora tenham se tornado mais acessíveis, é crucial não depositar toda a confiança nesses modelos e também evitar uma abordagem excessivamente funcional, pois não tratamos apenas lesões, mas sim pessoas”, defende.
Em sua palestra, Hoemberg compartilhou sua visão sobre o futuro da neurorreabilitação nos próximos cinco anos, destacando que haverá um avanço no entendimento da neuroplasticidade do cérebro, a capacidade do órgão de se adaptar a desafios. “Além disso, as pesquisas sobre medicamentos, como a parvalbumina para pacientes com sequelas de AVC, devem progredir. No entanto, o que realmente precisamos desenvolver é a personalização dos atendimentos, dando mais atenção aos aspectos emocionais e espirituais dos pacientes, visando melhorar sua qualidade de vida”, conclui.
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