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“Karatê Kid: Lendas” traz de volta a essência dos anos 80 com leveza e simplicidade

“Karatê Kid: Lendas” funciona como uma verdadeira máquina do tempo. Embora se passe nos dias atuais, o filme é um digno sucessor das aventuras infantojuvenis do passado. Nele, os heróis e vilões têm motivações bem definidas, sem nuances de moralidade, e enfrentam conflitos adolescentes como se estivessem lutando pelo futuro do mundo. É exagerado, um tanto cafona, mas, de alguma forma, consegue cativar.

A série “Cobra Kai”, que entre 2018 e 2025 reacendeu a popularidade dos personagens do filme original em seis temporadas, é o motor que impulsiona “Lendas”. O retorno do ator Ralph Macchio ao papel de Daniel LaRusso traz uma sensação de fechamento, especialmente ao conectar a nova produção com o remake de 2010, estrelado por Jaden Smith e Jackie Chan.

A narrativa de “Karatê Kid: Lendas” é tão simples quanto a de seus antecessores. O protagonista, Li Fong (Ben Wang), é um adolescente que treina kung fu sob a tutela do mestre Han (Jackie Chan) em Pequim. Quando sua mãe (Ming-Na Wen), uma médica, aceita um novo emprego em Nova York, eles se mudam em busca de deixar para trás a tragédia da morte do irmão de Li, que o fez prometer nunca mais lutar.

A partir desse ponto, a história se desenrola de maneira previsível. Li se interessa por Mia (Sadie Stanley), mas acaba se tornando o alvo do ex-namorado dela (Aramis Knight), que é o campeão de um torneio de artes marciais conhecido como “Batalha dos Cinco Bairros”. Relutantemente, Li acaba ensinando artes marciais ao pai de Mia (Joshua Jackson), um ex-boxeador que precisa voltar ao ringue para quitar uma dívida.

O filme já está em sua metade quando Han chega a Nova York, convencendo Li a participar do torneio para enfrentar seus medos e traumas. O treinamento inclui a inesperada presença de Daniel LaRusso (Macchio), que conhece bem a história do mestre chinês e seu próprio sensei, o Sr. Miyagi. Convocado por Han, o Karatê Kid original se junta ao novo protagonista para ajudar Li a combinar caratê e kung fu na batalha final.

Embora muitos aspectos da trama pareçam absurdos — como a ideia de Nova York ser um epicentro de artes marciais, a reunião improvável de dois mestres e a rapidez do aprendizado de Li —, o filme mantém um tom agradável e até emocionante. O diretor Jonathan Entwistle optou por não alterar uma fórmula que já se mostrou vitoriosa. “Karatê Kid: Lendas” é intencionalmente anacrônico, e isso, como demonstrado pelo sucesso de “Cobra Kai”, realmente funciona: uma clássica luta do bem contra o mal, adaptada para a Geração Alpha, com uma dose de nostalgia que ajuda a engajar o público. Com seis filmes e uma série já existentes, “Karatê Kid” certamente continuará a sua jornada.

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