Alessandra Maestrini, de 47 anos, assumiu que cometeu um engano ao se envolver nas manifestações que apoiaram o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) entre 2015 e 2016.
Durante sua participação no podcast Flow News, Maestrini afirmou que foi “manipulada” pela mídia, que a levou a acreditar que a melhor solução seria a derrubada da presidente. “Na época, com toda a cobertura da mídia em cima dos escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato, fui levada a pensar que o impeachment era a saída certa. Participei dos protestos, mas com o tempo percebi que essa decisão foi um erro meu”, comentou.
A atriz também ressaltou que as pedaladas fiscais, a justificativa utilizada para o impeachment de Dilma, foram uma prática comum entre todos os presidentes brasileiros, incluindo aqueles que a sucederam, como Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). “Foi um impeachment manipulado. Ela foi destituída com base em ações que todos os ex-presidentes realizaram. Reconhecer que estive errada ao apoiar o impeachment não é uma tentativa de agradar a ninguém; levei anos para compreender isso.”
Maestrini destacou que a queda de Rousseff abriu espaço para a ascensão da extrema-direita no Brasil, mencionando o crescimento de grupos neonazistas durante o governo Bolsonaro. “A extrema-direita está em ascensão globalmente, e no último governo, houve um aumento significativo de células neonazistas. Fiz um videoclipe chamado ‘Omito’ para abordar essa situação, que considero alarmante, e está disponível nas minhas redes sociais.”
Os comentários de Maestrini são respaldados por dados. Um estudo da antropóloga Adriana Dias revelou que o número de células neonazistas no Brasil cresceu em 270,6% nos primeiros três anos da administração Bolsonaro. Esses grupos extremistas se espalharam pelo país, promovendo discursos de ódio contra minorias sociais, incluindo mulheres, negros e a comunidade LGBT+.
Durante a entrevista, a atriz enfatizou que enfrenta críticas de ambos os lados do espectro político, tanto da esquerda quanto da direita, mas isso não a desanima. “Acho fundamental expor isso porque minha imagem foi distorcida. Participei, sim, de iniciativas anticorrupção, mas usaram meu vídeo de forma editada, juntando com outros artistas que realmente apoiavam Bolsonaro, criando a falsa impressão de que eu estava do lado dele, o que não é verdade.”
Alessandra Maestrini foi uma das várias personalidades que manifestaram apoio ao impeachment de Dilma. Entre os outros nomes, estão Regina Duarte e Márcio Garcia, que são abertamente bolsonaristas, além de Susana Vieira, Luana Piovani e Marcelo Serrado, que também já expressou arrependimento por ter endossado a deposição da ex-presidente.




