Pocah, mãe de Vitória, uma menina de 9 anos, compartilha como a maternidade tem sido uma força transformadora em sua vida, impulsionando-a tanto pessoal quanto profissionalmente. Contudo, a cantora é plenamente consciente dos desafios que surgem ao criar uma menina negra em uma sociedade marcada pelo racismo.
Desde o começo, a artista sabe que ser mãe de uma menina negra implica em atenção especial. Pocah relembra que, aos três anos, Vitória já enfrentou seu primeiro ataque de preconceito: “É preciso ter um cuidado dobrado em diversos ambientes. Quando ela tinha apenas três anos, um colega fez um comentário sobre o cabelo dela, insinuando que não era bonito o suficiente.”
Aos quatro anos, a pequena Vitória sofreu agressões racistas nas redes sociais enquanto sua mãe estava confinada no BBB 21, atacada devido a uma discussão com Juliette que ocorreu durante a formação do paredão.
Apesar das dificuldades, Pocah opta por transformar a dor em amor e empoderamento. Nascida em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a artista compreende “o peso de ser mulher, mãe e funkeira em uma sociedade que ainda marginaliza esses corpos”.
“Reitero todos os dias que ela é linda. Seu cabelo é maravilhoso, e ela é única.” Essa vivência pessoal se reflete em suas letras e na maneira como se apresenta publicamente. É uma mensagem sobre ancestralidade, sobre educar com amor e romper ciclos de opressão.
Pocah também adora levar sua filha para gravações e shows, além de compartilhar momentos do cotidiano entre mãe e filha nas redes sociais. “Recebo muitos relatos de seguidoras, mães jovens como eu fui aos 21 anos, que se sentem mais esperançosas ao ouvir minha história. Elas percebem que é possível dar conta, que não estão sozinhas.”




