O futebol é uma atividade que envolve diversas áreas. Em um clube profissional, cada setor e cada colaborador deve contribuir para o bom funcionamento da equipe. Quando surgem crises, nossa função, enquanto imprensa, é investigar minuciosamente o cotidiano do clube para identificar as causas dos problemas. Nem sempre a origem está na performance dos jogadores, mas, neste momento do Atlético, a situação pede atenção especial a eles.
Há cerca de dois meses, no final de julho, o Galo enfrentou uma crise que se originou fora das quatro linhas. Atrasos salariais e jogadores entrando com processos contra o clube criaram um ambiente insustentável para qualquer equipe. As críticas à diretoria foram inevitáveis e, em muitos casos, justas — inclusive por parte deste autor. O acionista tomou a iniciativa, regularizou as contas e conseguiu estabilizar a situação.
Em seguida, a atenção se voltou para o treinador. Cuca realmente estava apresentando um desempenho insatisfatório, e a falta de um padrão de jogo era evidente. A pressão aumentou até que ele foi demitido. Após um apelo popular, o nome de Sampaoli foi escolhido, um favorito entre os torcedores, trazendo uma nova onda de esperança.
Porém, apenas dois jogos após sua chegada (uma derrota e um empate), Sampaoli revelou que a realidade era ainda mais complicada do que ele havia imaginado. Em suas entrevistas, ele destacou o principal desafio: muitos jogadores não estão rendendo o esperado. Em termos simples, eles não estão jogando nem perto de seu potencial.
Vamos ser sinceros: este elenco do Galo é realmente capaz de disputar grandes títulos? A resposta é não. Mas também não é tão fraco a ponto de lutar contra o rebaixamento.
É importante lembrar que as falhas de planejamento existem e que o Atlético necessita de uma reestruturação significativa para a próxima temporada. No entanto, esses problemas não podem ser resolvidos agora. A janela de transferências está fechada, o Galo tem uma sequência de jogos decisivos pela frente e, neste momento, enfrenta a ameaça do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A responsabilidade agora é dos jogadores que já estão no clube e que entram em campo. Se a temporada é decepcionante por conta deles, a recuperação também depende deles. Essa é a realidade.
Que Sampaoli consiga identificar os problemas, escalar os jogadores que mais se comprometem com o clube e, acima de tudo, que os atletas compreendam que a responsabilidade é deles. Não há como escapar disso. Se cada um entender a gravidade da situação e elevar seu nível de concentração e comprometimento, tenho certeza de que teremos um final de ano, no mínimo, tranquilo. E, após esse alívio, poderemos repensar 2026. Não podemos normalizar o sufoco de dois anos consecutivos.
Saudações.




