O ambiente político do Corinthians passou por uma reviravolta dramática neste sábado (31/5). Após ser afastado da presidência do clube na última segunda-feira (26/5), Augusto Melo foi reinstalado no cargo por seus apoiadores, em meio a uma mudança na liderança do Conselho Deliberativo do Timão.
Osmar Stabile, que ocupa a presidência interina, declarou que não reconhece a tentativa de retorno de Melo e reafirmou sua permanência no cargo. Romeu Tuma Júnior, que foi destituído da presidência do Conselho Deliberativo na mesma data, classificou a situação como um “golpe”.
Maria Angela de Souza Ocampos, membro do Conselho Deliberativo e apoiadora de Augusto Melo, anunciou que assumiu a presidência do conselho e ordenou o retorno imediato do ex-presidente, uma ação que aconteceu menos de uma semana após seu afastamento. Essa decisão se baseia em uma deliberação do Conselho de Ética, datada de 9 de abril, que teria afastado Romeu Tuma da presidência do Conselho Deliberativo, embora essa resolução só tenha sido formalizada na sexta-feira (30/5) por meio de um ofício enviado pelo conselheiro Mário Mello.
A ausência do vice-presidente do Conselho Deliberativo, Roberson de Medeiros, que está em licença médica, permitiu que Maria Angela se autoproclamasse como nova presidente do órgão. Mário Mello também divulgou uma nota, afirmando a legalidade das ações de Maria Angela para reintegrar Augusto Melo à presidência do clube.
“A decisão da presidente interina do Conselho Deliberativo está respaldada pelo estatuto social do Sport Club Corinthians Paulista, que afastou cautelarmente o ex-presidente Romeu Tuma Jr. por violar as disposições do Art. 28 e Parágrafo Único do Art. 30 do referido estatuto”, escreveu Mello.
Osmar Stabile, atual presidente interino, deixou claro em uma nota oficial que não houve qualquer alteração na atual estrutura diretiva do clube. Ele expressou indignação em relação a atos de violência que desrespeitam a lei e a democracia, destacando a importância da boa convivência.
Em um comunicado, Tuma Júnior alertou sobre a gravidade da situação, chamando de “inadmissível” a tentativa de golpe em curso e enfatizando que não reconhece qualquer deliberação que possa ser considerada golpista. Ele também comentou sobre a ilegalidade das ações que buscam tumultuar a gestão do clube.
A tensão aumentou ainda mais com a invasão de torcedores na sede do clube, motivada pela confusão em torno da presidência. A Polícia Militar foi acionada para garantir a ordem, enquanto figuras influentes, como Douglas Deungaro, conhecido como Metaleiro, convocaram torcedores a tomarem a sede.
Em resposta aos incidentes, Augusto Melo reafirmou seu retorno à presidência e anunciou que tomará as medidas legais apropriadas, reforçando que a reunião que resultou no seu afastamento era nula.
Dessa forma, a crise política no Corinthians se torna um reflexo da complexidade das relações e das tensões internas que permeiam o clube, com desdobramentos que ainda estão por vir.




