Com 80 anos de vida e mais de cinco décadas dedicadas à arte, Zezé Motta não pretende parar por aqui. “Meu objetivo é atuar até os 100 anos”, declarou a atriz durante uma conversa com a equipe do Metrópoles, logo após uma intensa sessão de ensaios do seu monólogo Eu Vou Fazer de Mim um Mundo. A estreia, programada para esta quinta-feira (15/5) no CCBB Brasília, marca sua primeira experiência solo no palco, em uma carreira repleta de talento, resiliência, personagens memoráveis e reconhecimento.
“Jamais pensei em fazer um monólogo. Minha trajetória como cantora é um trabalho individual, mas quando surgiu a proposta, fiquei entusiasmada com a ideia”, revelou Zezé.
O espetáculo é inspirado na obra de Maya Angelou, escritora e ativista que desafiou as convenções de sua época, e representa uma intersecção entre duas histórias poderosas que abordam temas cruciais da história e da formação de identidades, incluindo o racismo. “Toda mulher negra que você entrevistar terá uma experiência semelhante para compartilhar. Isso se deve a vários fatores: ser mulher, ser negra e a realidade da maioria dos negros que enfrentam a pobreza. Mulher, negra e pobre”, esclareceu a atriz.
Zezé tem uma conexão especial com Brasília, onde recebeu seu primeiro prêmio, o Candango, em 1976, pelo filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, durante o Festival de Brasília. No ano passado, ela retornou ao renomado evento para ser homenageada por sua trajetória. Na ocasião, a artista mencionou que, no início de sua carreira, sentia insegurança em relação aos prêmios. Hoje, ela reconhece que essas conquistas são fruto de muito esforço.
“Foi significativo para mim, pois as pessoas acreditam que a vida de um artista é apenas glamour, mas isso não é verdade. Esse prêmio [Candango, de 2024] foi importante para mostrar que não é fácil, mas vale a pena. No final, tudo o que fiz até agora teve seu valor e continuará tendo”, afirmou.
A artista compartilhou suas reflexões com a equipe do Metrópoles após uma maratona de ensaios. O monólogo Eu Vou Fazer de Mim um Mundo terá apresentações durante o mês de maio, às quintas, sextas, sábados e domingos. Esta é a primeira vez que Zezé se apresenta sozinha no palco, e sua trajetória de quase 60 anos de carreira a torna uma das figuras mais respeitadas do Brasil, inspirando gerações de mulheres negras na luta por espaço, expressão e oportunidades.
Zezé também comentou sobre as críticas que artistas e leis de incentivo à cultura, como a Rouanet, enfrentam. “As pessoas desconhecem a nossa história de luta, resiliência e perseverança”, enfatizou.
Assista à entrevista completa acima.
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