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Ex-agente da PF, demitido após surto psicótico, atuou na Lava Jato e foi mencionado em CPI

Ronaldo Massuia Silva, um ex-agente da Polícia Federal (PF), foi destituído de seu cargo e atualmente encontra-se preso após ser acusado de homicídio e ferimentos a outras três pessoas durante uma altercação em um posto de combustíveis em Curitiba (PR). Entre os anos de 2014 e 2016, Massuia fez parte do grupo de agentes e delegados da PF que atuou na Operação Lava Jato, a qual investigou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a Petrobras e grandes construtoras.

Designado para a Superintendência da PF no Paraná, ele participou ativamente das operações relacionadas à Lava Jato, que eram conduzidas pela Justiça Federal na região. Em 2015, seu nome foi mencionado na CPI da Petrobras, criada após a descoberta do esquema de corrupção que a operação buscava desmantelar.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou a exoneração de Massuia, alegando abusos no exercício de suas funções, uso indevido da arma da corporação e outras condutas irregulares. Antes de sua demissão, o ex-agente recebia um salário em torno de R$ 15 mil.

Massuia, de 46 anos e natural de Barueri, Grande São Paulo, afirmou ter passado por um “surto psicótico” no momento do crime. Ele possui propriedades no bairro Ahu, em Curitiba, além de imóveis em Alphaville Empresarial (Barueri) e na Barra Funda, em São Paulo.

Na madrugada de 2 de maio de 2022, Ronaldo Massuia disparou 15 tiros em uma loja de conveniência de um posto de gasolina em Curitiba. O fotógrafo André Munir Fritoli, de 32 anos, que estava presente com a namorada, foi fatalmente atingido por três balas. Outras três pessoas também ficaram feridas. Massuia chegou ao local dirigindo um veículo da Polícia Federal, após ter se envolvido em uma confusão durante uma festa. Testemunhas relataram que ele aparentava estar sob efeito de álcool e se comportou de forma agressiva em relação ao segurança do posto.

Câmeras de segurança registraram o momento em que Massuia teve uma discussão na loja e sacou sua arma, disparando à queima-roupa contra as vítimas, incluindo aquelas que já estavam no chão. Após os tiros, ele saiu do estabelecimento, continuando a disparar em direção a outros clientes.

Depois do incidente, Massuia sentou-se em uma mureta do posto e foi detido pela Polícia Militar. Durante a prisão, alegou ter agido em “legítima defesa”, mas reconheceu estar “emocionalmente abalado”. O delegado responsável pela investigação, Wallace de Oliveira Brito, descreveu a ação de Massuia como “similar à de um terrorista, caçando suas vítimas”.

O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou acusações contra o ex-agente por homicídio qualificado, tentativas de homicídio e ameaças. Em 2023, a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba decidiu que Massuia será julgado por júri popular, com a data ainda a ser definida. Atualmente, ele aguarda o julgamento no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais (PR).

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