A segunda edição do The Town chegou ao fim no último domingo (14/9), culminando com a tão esperada apresentação de Katy Perry. A organização do evento demonstrou estar atenta às sugestões do público, proporcionando uma experiência mais agradável para os participantes que estiveram no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Apesar da considerável distância entre os dois palcos principais, Skyline e The One, a circulação pelo festival foi bastante tranquila. Embora houvesse filas em áreas como alimentação e banheiros, o fluxo foi eficiente, permitindo que os visitantes chegassem rapidamente aos seus destinos. No entanto, aqueles que desejaram assistir a todos os shows acabaram se cansando e perderam algumas performances.
Outro acerto da organização foi a gestão das entradas e saídas do Autódromo. Ao contrário do Lollapalooza, onde a finalização de um show principal deixava os fãs sem opções, forçando uma busca apressada pela saída, o The Town manteve suas atividades após os shows, oferecendo entretenimento, como a atração The Tower, além de opções de alimentação. Isso possibilitou que os visitantes aguardassem a diminuição da multidão e saíssem de maneira mais tranquila.
Em relação aos palcos, o The One foi um grande acerto devido à elevação da plateia, que proporcionava uma visão ampla e satisfatória de qualquer ângulo. Por outro lado, o Skyline, com sua estrutura plana e asfaltada, comprometeu o conforto do público. A visibilidade, que já não era das melhores, foi obstruída por grandes torres de luz, embora a disposição do espaço ajudasse a dispersar os presentes.
Nas imediações dos palcos, o Skyline ainda carece de mais opções de alimentação e hidratação. À esquerda, os estandes de patrocinadores funcionavam bem, mas à direita havia apenas a oferta de cerveja, dependendo da presença de vendedores ambulantes, que nem sempre se aventuravam pela multidão. Em comparação, no Lollapalooza, a presença de um bar e lanchonete próximo ao palco proporcionava conforto e comodidade aos que desejavam ficar perto da grade.
A edição de 2025 do The Town apostou majoritariamente em artistas já consagrados pelo público. Quatro dos cinco headliners já haviam se apresentado em eventos anteriores da Rock World: Travis Scott, Mariah Carey e Katy Perry foram atrações do Rock In Rio 2024, enquanto o Green Day esteve no Rock In Rio 2022. O Backstreet Boys, por sua vez, também fez uma aparição recente no Brasil com uma turnê solo.
Embora possa parecer repetitivo, o público demonstrou a necessidade e o desejo de rever esses artistas com frequência. Travis Scott foi o único a esgotar os ingressos, com um público de 100 mil pessoas, seguido por Green Day (90 mil), Katy Perry (82 mil), Mariah Carey (78 mil) e Backstreet Boys (75 mil), conforme informações divulgadas pela organização do festival.
Em termos de som, a qualidade no palco Skyline foi satisfatória para quem estava próximo, tanto em volume quanto em clareza. No entanto, aqueles que estavam mais distantes e transitando entre os palcos enfrentaram dificuldades para ouvir claramente. Poucos artistas enfrentaram problemas técnicos evidentes, como ruídos no microfone.
O The Town ainda busca se estabelecer como um evento independente, sem ser visto apenas como o irmão mais novo do Rock In Rio. O seu sucesso pode ser atribuído à habilidade da Rock World em organizar grandes festivais e à escolha certeira dos artistas, mas ainda é necessário compreender o que o público paulista realmente deseja e desenvolver uma identidade própria.




