A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando mais um incidente de racismo nos campos de Brasília. Durante um jogo entre Capital e J5, parte da @Champions, uma competição infantil realizada no CT do Gama neste último fim de semana, um jogador do time da casa teria sido alvo de ofensas racistas proferidas por uma torcedora do J5, que representa uma escolinha de Sobradinho. De acordo com relatos, a mulher seria mãe de um atleta da mesma categoria.
A equipe do Capital fez um desabafo em suas redes sociais na segunda-feira (9/6), através de um comunicado oficial. O pai do jogador afetado informou que a mulher, situada nas arquibancadas, teria chamado seu filho de “macaco gordo” e “preto”. Os responsáveis pelo menino registraram um Boletim de Ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), onde o caso será apurado.
Após a partida, o time do J5 participou de um jogo em outra categoria ao lado, onde uma confusão generalizada irrompeu quando os atletas foram até as arquibancadas para reclamar da situação. A segurança do local precisou intervir para controlar o tumulto.
Esse incidente ocorreu em meio a uma campanha da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) contra o racismo. Até o momento, a entidade não se manifestou sobre o ocorrido. A reportagem tentou contato com a federação, que preferiu não comentar.
Pronunciamento do J5
Em entrevista ao Metrópoles, Juninho, responsável pelo J5, comentou sobre o episódio e defendeu que a mulher mencionada não teria ofendido a criança. Ele também alegou que ela é esposa do auxiliar técnico do time, e não a mãe de um jogador. “Aqui priorizamos a educação e o bom senso, até mesmo palavrões são proibidos entre as crianças. Tomei conhecimento da confusão enquanto assistia ao jogo, conversei com quem estava por perto e estou convicto de que ela não foi racista, as palavras citadas não foram ditas por ela”, declarou.
Mais um caso de racismo no futebol de base do DF
No ano passado, durante uma partida do Candangão Sub-15, outro caso de racismo foi registrado no CT do Gama, quando um funcionário do clube foi acusado de fazer comentários racistas contra um jogador do Paranoá. O relato foi compartilhado nas redes sociais pelo pai de um dos atletas e gerou grande repercussão. Segundo a denúncia, ao final do primeiro tempo, um membro da comissão técnica do Gama teria iniciado ofensas contra um zagueiro do time adversário, a Cobra Sucuri.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi chamada, e o homem se evadiu do local. O delegado da partida tentou impedir sua saída e quase foi atropelado. Após um tumulto, a partida foi suspensa e o segundo tempo remarcado para uma data posterior ao julgamento do caso. O funcionário foi afastado de suas funções e, após avaliação, recebeu uma punição de 90 dias de suspensão e uma multa de R$ 9 mil em decorrência das ameaças e da confusão.
Campanha contra o racismo
A FFDF lançou, em maio deste ano, a campanha “Racismo Aqui Não Joga” com o intuito de combater o racismo dentro e fora de campo. Antes do início de todos os jogos da base, atletas e árbitros se reúnem no meio-campo para realizar um gesto simbólico de repúdio ao racismo.
Apesar da ampla divulgação da campanha nas redes sociais da federação, a entidade optou por não comentar os casos que ocorreram, justamente no contexto do futebol de base, onde a campanha é promovida.
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