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Da arma à declaração: posicionamentos do Ministério Público e defesa de Cupertino no segundo dia do julgamento

O segundo dia do julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar Rafael Miguel, ator mirim da série Chiquititas, e os pais do artista, João e Miriam, teve início na manhã de hoje no Fórum da Barra Funda, situado na zona oeste de São Paulo. A decisão judicial pode ser anunciada ainda nesta data. Desde as 10h30, as partes envolvidas, incluindo promotores do Ministério Público e advogados de defesa, expõem suas argumentações após os dez depoimentos realizados anteriormente — sete testemunhas e três réus prestaram declarações oficiais.

Posição do Ministério Público
Os promotores Thiago Marin e Rogério Zagallo representaram a acusação. Durante o interrogatório do dia anterior, Paulo Cupertino desafiou-os a provarem sua responsabilidade nos homicídios. O MP alega que Cupertino possuía legalmente uma arma do mesmo calibre utilizado no crime, e laudos indicam que a munição correspondente foi encontrada em seu escritório. “Se ele não é culpado, por que uma testemunha precisaria fugir, buscar documentos falsificados e contratar um advogado criminalista?”, questionou Rogério Zagallo.

O irmão de Cupertino, Joel, afirmou que Paulo apresentou um motivo para cometer o crime. Em seu depoimento, Joel declarou que o réu estava “no veneno” após os pais de Rafael Miguel terem incentivado Isabela Tibcherani a participar de um suposto teste para uma produção. O MP também acusou Joel de ter ocultado imagens de câmeras presentes no local, afirmando que apenas ele tinha acesso a essas gravações. Além disso, foram apresentadas conversas entre Paulo Cupertino e Wanderley Antunes via WhatsApp, sendo Wanderley e Eduardo Machado réus no mesmo processo, acusados de auxiliar na fuga do suspeito.

Posição da defesa de Cupertino
A defesa, conduzida pela advogada Mirian Nunes Souza, defende que Paulo Cupertino não cometeu qualquer crime, afirmando que as evidências apresentadas não são suficientes para uma condenação. A advogada destacou que um exame de corpo de delito não foi realizado imediatamente após o crime, o que teria prejudicado a defesa de Paulo devido a essa “inconsistência processual”. “As testemunhas afirmam ter ouvido os tiros, mas não presenciaram o crime”, argumentou Mirian Nunes Souza.

A defesa também apresentou um vídeo de Isabela Tibcherani em um podcast, argumentando que a jovem “ganhou fama” com o caso, citando comentários nas redes sociais. “Como ela estava tranquila enquanto Paulo estava foragido? E esse pai não é considerado perigoso?”, questionou a defesa ao analisar as declarações de Isabela. Durante o ato, advogadas leram cartas de familiares de Cupertino, que se mostrou visivelmente emocionado. Uma sobrinha ressaltou no documento que o tio era “amável” e “amava pessoas, animais e a natureza”.

A defesa argumentou que Paulo fugiu por sentir-se inseguro e criticou a extensa cobertura da mídia. Durante o julgamento, foram exibidas notícias que acusavam Paulo Cupertino de crimes que não foram comprovados.

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