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Pesquisa indica a quantidade ideal de passos diários para a prevenção do câncer

O câncer é uma das condições de saúde mais prevalentes globalmente. A boa notícia é que a adoção de hábitos simples, como caminhadas regulares, pode ser um aliado na prevenção dessa doença.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelou que caminhar cerca de 7.000 passos por dia pode diminuir em 11% o risco de desenvolver até 13 diferentes tipos de câncer. Ao alcançar 9.000 passos, a redução do risco sobe para 16%. Contudo, de acordo com os autores do artigo publicado no British Journal of Sports Medicine em 26 de março, passos adicionais não parecem oferecer benefícios adicionais.

Os cientistas analisaram dados de 85.394 britânicos que utilizaram rastreadores de atividades físicas por uma semana. Esses dispositivos monitoraram tanto o número de passos quanto a intensidade das atividades diárias. Após um acompanhamento médio de quase seis anos, ficou evidente que caminhar entre 5.000 e 9.000 passos por dia estava associado a um menor risco de câncer, independentemente da velocidade das caminhadas.

A equipe focou em 13 tipos de câncer que já haviam sido relacionados à inatividade física em pesquisas anteriores, incluindo esôfago, fígado, pulmão, rim, estômago, endométrio, leucemia mieloide, mieloma, intestino, cabeça e pescoço, reto, bexiga e mama.

Durante o estudo, aproximadamente 3% dos participantes foram diagnosticados com um dos tipos de câncer analisados. Entre os homens, os tipos mais comuns foram câncer de intestino e pulmão, enquanto entre as mulheres destacaram-se câncer de mama, intestino, endométrio e pulmão.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, estima-se que, entre 2020 e 2022, cerca de 625 mil novos casos da doença sejam registrados no Brasil. O câncer de pele, bastante prevalente no país, é caracterizado pelo surgimento de tumores na superfície da pele, associados a fatores como exposição solar prolongada e hereditariedade. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

O câncer de mama, que resulta da multiplicação descontrolada de células nessa região do corpo, é mais frequente em mulheres, mas também pode afetar homens. Os sintomas incluem dor, nódulos, vermelhidão e secreção. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Os homens são mais propensos ao câncer de próstata, cujos sintomas incluem presença de sangue na urina e dificuldade para urinar. Cirurgia e radioterapia são algumas das opções de tratamento.

Embora o câncer de tireoide não seja completamente compreendido, fatores como hipertireoidismo e tabagismo podem estar relacionados a ele. Os tratamentos variam de terapia hormonal a quimioterapia, dependendo do caso.

O câncer de pulmão é um dos mais comuns no Brasil, frequentemente ligado ao consumo de tabaco. Os sintomas incluem falta de ar e dores no peito, e o tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

O carcinoma epidermoide escamoso é o tipo mais frequente de câncer de estômago no Brasil, e o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Esta doença é diagnosticada com base na presença de tumores malignos que podem se manifestar como úlceras.

O câncer de colo de útero apresenta sintomas como sangramento vaginal irregular e dor abdominal. O tratamento geralmente envolve quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

O câncer bucal, que afeta lábios e cavidade oral, é mais comum em homens acima de 40 anos e os sintomas incluem feridas e nódulos. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Os pesquisadores também consideraram outros comportamentos, como o tempo gasto em atividades sedentárias. Trocar períodos de inatividade por atividades leves ou moderadas demonstrou reduzir o risco de câncer, embora a substituição de atividades leves por moderadas não tenha proporcionado benefícios adicionais.

De acordo com o Instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, atividades físicas leves podem ajudar a regular os níveis de insulina, um hormônio importante que, quando desregulado, pode estar associado ao câncer. Caminhar também fortalece o sistema imunológico e ajuda a manter um peso saudável.

“A pesquisa indica que mesmo ações simples, como caminhar, podem ter um impacto significativo na prevenção do câncer, tornando essa prática acessível a um maior número de pessoas. Aumentar a quantidade de passos diários, especialmente na meia-idade, pode ser uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de certos tipos de câncer”, afirma a bioquímica e professora Mhairi Morris, da Universidade de Loughborough, em um artigo publicado no The Conversation.

Ela enfatiza, no entanto, que a relação entre atividade física e câncer é complexa e que mais estudos de longo prazo são necessários, especialmente focando em tipos específicos de câncer, para entender melhor como a caminhada pode ajudar e como podemos integrar o movimento nas estratégias de prevenção da doença.

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