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** Congresso no Hospital Sarah: “Não existe um prazo fixo para a recuperação após um AVC”, afirma especialista

** O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das lesões cerebrais mais comuns e graves. Devido à sua seriedade, o AVC está sendo discutido em várias palestras no 1º Congresso Latino-Americano da Federação Mundial de Neurorreabilitação (WFNR), que ocorre no Hospital Sarah em Brasília, de quarta a sexta-feira (9/5).

O intuito do evento é explorar como diferentes terapias podem auxiliar na reabilitação de pacientes após lesões, sendo o AVC um caso particularmente complexo, já que as sequelas variam conforme as áreas do cérebro afetadas e a gravidade da lesão.

Esse desafio contribui para a perpetuação de um mito: a crença de que as sequelas se tornam permanentes se não forem tratadas rapidamente. O médico alemão Thomaz Platz, que participou da programação nesta quarta-feira, ressalta a importância de desmistificar essa ideia. “No passado, acreditávamos que sequelas persistentes por mais de três meses eram difíceis de melhorar. Essa noção está equivocada. Hoje sabemos que, com a abordagem correta de neurorreabilitação, pode haver progresso em qualquer fase do tratamento. Não só é possível a recuperação, como não há limites para o que podemos alcançar após um AVC”, explica.

O AVC, também conhecido por derrame cerebral, ocorre quando há uma interrupção no fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro. Essa condição pode ser provocada por várias causas, como acúmulos de placas de gordura ou coágulos, resultando no AVC isquêmico, ou por hemorragias devido à pressão alta ou ruptura de um aneurisma, que causam o AVC hemorrágico.

Os sintomas podem incluir dores de cabeça intensas, fraqueza ou dormência em partes do corpo, paralisia e perda súbita da capacidade de falar. Embora não exista cura para o AVC, é possível prevenir muitos casos. Quando ocorre, o tratamento e a reabilitação são fundamentais para minimizar as sequelas.

Embora a maioria das ocorrências atinja pessoas acima de 50 anos, jovens também podem ser afetados. As principais causas incluem:

1. **Tabagismo e alimentação inadequada:** É crucial adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e proteínas magras, além de realizar atividades físicas pelo menos três vezes por semana e evitar o tabaco.

2. **Hipertensão, colesterol elevado e diabetes:** O controle adequado dessas condições, aliado a um estilo de vida saudável, pode reduzir seus efeitos nocivos e o risco de AVC.

3. **Anomalias cardíacas ou vasculares:** Estas podem ser detectadas em consultas de rotina e, se identificadas, devem ser monitoradas. Alguns pacientes podem necessitar de medicação, como anticoagulantes.

4. **Uso de drogas ilícitas:** Buscar ajuda em centros especializados é fundamental para desintoxicação e melhora na qualidade de vida, reduzindo as chances de AVC.

5. **Aumento da coagulação sanguínea:** Condições como lúpus, anemia falciforme, trombofilias e inflamações vasculares necessitam de investigação.

Platz enfatiza que, no caso do AVC, o tempo de atendimento é vital para o processo de recuperação. “A possibilidade de não haver sequelas depende, em grande parte, da rapidez com que iniciamos o tratamento. Por isso, é essencial contar com sistemas de saúde bem estruturados que possam atender os pacientes rapidamente. Além disso, esses sistemas devem ser diversificados e multidisciplinares para tratar as sequelas de maneira eficaz e no prazo adequado”, comenta.

O especialista também aponta que os efeitos das lesões cerebrais costumam ser subestimados, especialmente quando a área afetada não está relacionada ao movimento. É comum que os pacientes enfrentem sequelas como depressão, fadiga crônica, insônia e dificuldades cognitivas. “Todas essas condições são tratáveis e não devem ser ignoradas. Cada paciente é único e merece um tratamento personalizado para lidar com os desafios que enfrenta”, conclui.

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