Apesar de já ter uma trajetória de décadas, com uma infinidade de jogos, uma apresentação no Brasil e agora um novo filme, Hatsune Miku continua sendo um enigma para muitos. Mas afinal, quem é essa cantora virtual que se apresenta globalmente através de hologramas? Com a estreia de “Colorful Stage! O Filme: Uma Miku Que Não Sabe Cantar” no dia 8 de maio, o Splash desvenda a história de Hatsune Miku e explica por que você deve conferir seu novo longa.
O que caracteriza um vocaloid?
Para compreender o fenômeno Hatsune Miku, é importante primeiro entender o que é um Vocaloid. Desenvolvido pela Yamaha Corporation em 2004, o Vocaloid é um software que converte texto em música. Ele se baseia em gravações de vozes de atores, que registram todas as sílabas do japonês (e de outros idiomas). Assim, qualquer letra digitada pode ser transformada em canção. Desde seu lançamento, o Vocaloid ganhou diversas vozes em diferentes idiomas, criadas a partir de gravações de fonemas. Isso permite a criação de uma ampla variedade musical, como demonstrado em memes brasileiros que fazem o software cantar a famosa música da Telesena, do SBT.
Quem é Hatsune Miku?
Hatsune Miku foi lançada em 2007 como parte da segunda geração de vozes do Vocaloid. Ao contrário das versões anteriores, a ideia era não apenas apresentar uma nova voz, mas criar uma artista virtual. Para isso, a atriz Saki Fujita, que ainda é reconhecida como seiyuu (dubladora) em animes, foi selecionada para dar vida à voz de Hatsune. Saki é famosa por dublar a protagonista Torako de “Minha Amiga Nokotan é um Cervo”, Remon de “Boruto” e Ymir de “Attack on Titan”.
Hatsune Miku foi desenvolvida pela empresa Crypton Future Media, que também convidou o ilustrador Kei Garou para criar seu visual marcante. A ideia de dar a Miku seus longos cabelos turquesa e um traje futurista rapidamente se tornou sua assinatura. O sucesso foi instantâneo: Hatsune conquistou recordes de vendas de software, gerou milhões em produtos licenciados e começou a realizar shows ao vivo. A tecnologia de hologramas foi a solução encontrada para levar essa personagem virtual aos palcos.
No Brasil, Hatsune Miku já foi destaque em matérias do Fantástico e até realizou um pocket show no Anime Friends de 2018. Sua presença é sempre notada pelo caráter inovador — ela se estabeleceu como uma das maiores estrelas holográficas do mundo, muito antes de outros artistas, como o grupo ABBA, explorarem essa tecnologia.
Jogos e animações de Hatsune Miku
Com seu crescente sucesso, era natural que Hatsune Miku se aventurasse no mundo dos videogames. Ela se tornou a protagonista da série “Project DIVA”, desenvolvida pela SEGA e lançada para várias plataformas. A mecânica é simples: enquanto o jogador assiste a clipes da cantora virtual, deve pressionar os botões corretos no ritmo da música.
Além disso, Hatsune Miku fez aparições especiais em outros jogos, seja como personagem jogável ou através de itens e acessórios inspirados nela. Referências à cantora virtual podem ser encontradas em títulos da série “Yakuza” e “The Idolm@ster”. Recentemente, Miku ganhou um novo jogo: “Hatsune Miku: Colorful Stage!”. Com elementos tradicionais de ritmo, o jogo se destaca por incorporar uma narrativa no estilo “visual novel”. Lançado no Japão em 2020, o sucesso do jogo resultou na criação do filme que agora chega ao Brasil.
Uma Miku que Não Sabe Cantar
Com estreia prevista para 8 de maio nos cinemas brasileiros, “Colorful Stage! O Filme: Uma Miku Que Não Sabe Cantar” explora os desafios enfrentados por Hatsune Miku. Lutando com questões emocionais, a cantora virtual busca reconquistar seu público através da música. O longa também apresenta outras Vocaloids populares que, assim como Miku, conquistaram reconhecimento ao longo do tempo.
Produzido pelo estúdio P.A. Works, o filme traz várias canções inéditas em sua trilha sonora. “Uma Miku Que Não Sabe Cantar” foi bem recebido no Japão, alcançando o segundo lugar nas bilheteiras durante sua semana de estreia, atrás apenas de “Mobile Suit Gundam GQuuuuuuX Beginning”, um novo capítulo da famosa série “Gundam”. Embora a trajetória de Hatsune Miku ainda não esteja completamente acessível no Brasil, o filme é uma excelente oportunidade para conhecer essa fascinante personagem.