O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anunciou na última segunda-feira (5/5) a prisão preventiva de um indivíduo suspeito de estar envolvido em um plano terrorista relacionado ao show de Lady Gaga em Copacabana. A decisão foi tomada pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), após a liberação do suspeito mediante pagamento de fiança pela polícia.
Lady Gaga se apresentou na Praia de Copacabana no dia 3 de maio de 2025, atraindo uma multidão de fãs que lotaram a praia e inundaram as redes sociais com suas reações emocionadas. A magistrada, ao decidir pela prisão preventiva, destacou a gravidade do caso, argumentando que não eram adequadas outras medidas cautelares além da detenção. O suspeito foi identificado como Luis Fabiano da Silva.
A juíza também ressaltou que, mesmo na ausência de apreensão de material explosivo, a investigação sobre atos de terrorismo, atentados e discurso de ódio exigia uma abordagem mais rigorosa. Um agravante importante foi sua prisão em flagrante por estar armado com três armas de fogo.
Para a juíza Fabiana Pagel, é fundamental combater o discurso de ódio para promover uma sociedade mais justa, segura e democrática. Ela afirmou que a disseminação de ideias preconceituosas e discriminatórias não só ofende a dignidade de grupos marginalizados, mas também fomenta a intolerância, a violência e a exclusão social.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) informou que duas pessoas foram detidas sob suspeita de liderar o plano: Luis Fabiano, preso no Rio Grande do Sul, e um adolescente de 17 anos, apreendido no Rio de Janeiro. Não há confirmação sobre a situação atual do adolescente em relação à detenção.
A Operação Fake Monsters, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi desencadeada no dia do show (3/5) e conseguiu evitar um atentado durante a apresentação da artista. Segundo informações da coluna Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, o plano visava crianças, adolescentes e a comunidade LGBTQIA+, com motivações terroristas e possíveis rituais satânicos, utilizando coquetéis molotov e explosivos improvisados.
A operação desmantelou um grupo extremista que atuava nas redes sociais, promovendo discursos de ódio e crimes contra crianças, adolescentes e a comunidade LGBTQIA+. A investigação revelou que o atentado faria parte de um “desafio coletivo” para ganhar notoriedade digital, com jovens e adolescentes sendo aliciados para participar da ação, onde cada membro teria um papel específico no ataque.
No total, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em nove cidades de quatro estados brasileiros, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Durante as operações, dispositivos eletrônicos e materiais relacionados ao caso foram apreendidos e estão sendo analisados tecnicamente.