Leonardo Jardim é uma figura singular no cenário do futebol brasileiro. O técnico português, que assumiu o comando do Cruzeiro em fevereiro, nunca teve uma carreira como jogador profissional. Sua trajetória como treinador começou em 2001, quando, aos 27 anos, recebeu sua primeira chance em sua terra natal ao liderar o Camacha, um pequeno clube na Madeira.
Após experiências em Chaves, Beira-Mar e Braga, Jardim foi contratado pelo Olympiacos, na Grécia, e seu bom desempenho o levou ao Sporting de Portugal. Esse sucesso atraiu o interesse do Monaco, onde permaneceu antes de seguir para clubes árabes. Além de Jardim, apenas alguns outros treinadores na história do Cruzeiro não atuaram como jogadores.
Um dos casos mais notáveis é o de Paulo Autuori, que em 1997 assumiu o cargo após três derrotas nas primeiras rodadas da Libertadores. Sob sua liderança, a equipe conquistou o bicampeonato da competição, após uma vitória histórica contra o Sporting Cristal, com um gol de Elivélton, que pôs fim ao jejum de títulos da torcida desde 1976.
Outros treinadores que se encontram na mesma situação não tiveram a mesma sorte. Oswaldo de Oliveira, que possui um currículo respeitável e é o único a ter dirigido os quatro grandes clubes do Rio, São Paulo e os principais rivais de Minas, também nunca jogou profissionalmente. No entanto, sua passagem pelo Cruzeiro em 2006 não deixou boas recordações, pois apesar de escapar do rebaixamento, a equipe terminou apenas na décima posição do Campeonato Brasileiro, sem grandes emoções para a torcida.
Ney Franco, que atuou como técnico das categorias de base do Cruzeiro por onze anos e nunca jogou, iniciou sua carreira no profissional em 2005, à frente do Ipatinga, onde conquistou o Campeonato Mineiro ao vencer justamente o Cruzeiro na final. Em 2020, voltou ao Cruzeiro na tentativa de retornar à primeira divisão, mas sua gestão foi marcada por um desempenho abaixo das expectativas, resultando em sua demissão e na permanência do clube na Série B.




